Turma da manhã da Escola Santa Isabel (Foto: Divulgação)
Turma da manhã da Escola Santa Isabel (Foto: Divulgação)

Se, ao longo de 150 anos, os moradores de Linha Isabel preservaram a cultura e os valores dos antepassados, cabe às novas gerações a responsabilidade de perpetuar esse legado. Entre os jovens que já têm dado a sua contribuição para a (nova) história da localidade está a professora Francine Beatris Lahr, 30 anos, tetraneta do imigrante Franz Lahr

Ela integrou a comissão de organização dos festejos do sesquicentenário que buscou fatos históricos importantes da comunidade. “Criamos a comissão para contar essa história, não deixar passar essa data importante dos 150 anos”, afirma.

De acordo com ela, esse trabalho também será repassado aos 42 alunos da Escola de Ensino Fundamental Santa Isabel para que possam conhecer e contribuir com a comunidade.

Francine afirma que nunca pensou em sair do interior. Mesmo durante os quatro anos do curso de Pedagogia na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), trabalhando na cidade e estudando no município vizinho, ela permaneceu residindo em Linha Isabel. O fato de ter crescido na localidade, estudado na escola e sempre estar inserida na comunidade contribui para o vínculo com os estudantes e as famílias. “Saber que a gente é daqui faz as famílias terem confiança. A comunidade aqui ajuda muito a escola e não vai deixar ela encerrar as atividades”, reforça.

Estudantes da tarde com a diretora Márcia Teresinha Hochscheidt dos Santos (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Depois de o Governo do Estado ter anunciado o fechamento do educandário, em 2018, por conta do baixo número de alunos, após mobilização da comunidade, ele funciona como cessão de uso do Município, com turmas de pré a 4º ano, vinculada à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Deolindo Pereira da Costa, de Linha Arroio Grande. As escolas Princesa Isabel e 13 de Maio estão fechadas há cerca de 15 anos.

“Quando eu estudava na escola, o professor Hiltor Seidel dizia que eu seria a substituta dele, mas não me passava essa ideia. Eu queria fazer Agronomia, algo nesse sentido, mas como não havia essa faculdade por perto, como segunda opção fiz Pedagogia e hoje tenho a possibilidade de atuar na escola, que é o coração da nossa comunidade.”

Francine e o pai Neuri Hélio Lahr, junto à casa construída pelo imigrante Franz Lahr, hoje utilizada comO um depósito na propriedade da família. Eles estimam que a edificação tenha entre 130 e 140 anos (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

História

Em 1880, foi fundada a primeira escola da comunidade. Um segundo educandário começou a funcionar por volta de 1884. Após 25 anos, a primeira escola foi demolida e reconstruída nas terras de Josef Siebeneichler II. Em junho de 1959, foi instalada a então Escola Rural Santa Isabel, atual Escola de Ensino Fundamental Santa Isabel.

O primeiro professor foi Eliziário Kniphoff da Cruz. O casal de professores Maria da Graça Câmara Seidel e Hiltor Seidel lecionou no local por mais de 30 anos, até se aposentar. Eles residiam ao lado da escola, construída com o lucro de festas realizadas pela comunidade.

Juliana Bencke

Editora de Cadernos

Responsável por coordenar as publicações especiais, considera o jornalismo uma ferramenta de desenvolvimento da comunidade.

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