Sei que muitas vezes a escolha da igreja para a cerimônia religiosa é feita pela noiva e que ela escolhe uma das mais bonitas e tradicionais da cidade, mas esse não será o meu caso. A escolha foi feita por mim e pelo Carlos. Antes mesmo de eu dizer alguma coisa ele também comentou que queria casar na Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que fica distante duas quadras da minha casa, em Cachoeira do Sul.A preferência do Carlos por essa igreja é por motivos bem parecidos com os meus. Isso porque nesses três anos de namoro, ele também acompanhou a importância da nossa comunidade no meio em que vivemos. “é um local simples, mas extremamente acolhedor”, diz o noivo.
A trajetória da minha vida está diretamente ligada a essa igreja. Por isso tenho diversos motivos para escolher ela para sediar uma data tão importante na minha vida. Eu cresci indo aos domingos na missa da “nossa capela”, como chamamos. Antes disso, foi nela que fui batizada, com poucos meses de vida. Assim como a Primeira Comunhão, com nove anos. Nesta mesma época acompanhava minha mãe todas as quintas-feiras na Legião de Maria – um grupo de oração, composto principalmente por senhoras da comunidade. Na adolescência, frequentava o Jovens Unidos Vivendo Em Comunhão com Cristo, o JUVECC. Grupo que me proporcionou momentos maravilhosos e por meio do qual fiz amigos incríveis.
Foi na Capela que minha irmã casou, em 2003. Ela, assim como eu, foi uma das poucas noivas que escolheram a igreja para a “hora do sim”. Quem estreou foi nossa tia Neuza, em 1979, a primeira noiva a subir ao altar da Perpétuo Socorro. Momento que jamais sairá da memória do meu tio Argeu, que sempre fala de quando viu a “Neuzinha”, como chama, entrar na igreja com um vestido AMARELO. Ele guarda a recordação por ser um momento importante na vida do casal, claro, mas principalmente, pela cor do vestido. Década de 70 e o vestido não é branco? Pegou pesado, tia Neuza… hahaha!
A Perpétuo Socorro também se torna especial por outro motivo: um salão de festas, do lado dela, está seguidamente sendo reformado pelo trabalho incessante dos meus tios, amigos, vizinhos e demais membros da comunidade que trabalham com tanto carinho por aquele lugar. Por muito tempo vi o sorriso no rosto dos meus pais quando tínhamos o tradicional “Almoço da Capela”, momentos em que trabalhavam por e com amor.
A esquina entre as ruas da Província e Tito Osório Torres é especial pela importância que tem para a minha família por tantos anos, pelos momentos inesquecíveis que vivi nela e pelo amor e dedicação de tantas pessoas para manter nossa capela e nosso salão.
Na semana passada, meu pai já se encarregou de reservar o salão para a nossa festa. O dia 5 de setembro de 2015 está marcado no caderno do Valtinho, nosso vizinho, que me viu crescer e lembra de cenas engraçadas da minha infância. Sejam pessoas, momentos ou lugares, o que realmente marca a nossa vida são os sentimentos sinceros que temos por algo, aquilo que nos emociona, que nos faz feliz.
Que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro abençoe nossa união!

