A triste realidade dos albinos na Tanzânia

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Hoje vou contar para vocês sobre um sério problema por aqui e que poucos conhecem! Difícil de acreditar que, em 2015, pessoas, especialmente crianças, são mortas ou mutiladas por superstição!

O povo da Tanzânia cultiva muitos mitos e são apegados às crenças. Para muitos, um albino, ou melhor, partes de seu corpo, é um amuleto de sorte, para outros, eles são fantasmas, uma maldição!

Ao mesmo tempo que são conhecidas como ‘filhas do mal’ e abandonadas pela família, pois estas acreditam que ter um albino em casa é uma maldição, as crianças com albinismo são perseguidas e mutiladas pela população que acredita que parte de seu corpo é um amuleto de sorte.

Nascer albino na áfrica é lutar pela sobrevivência desde o nascimento!

Quando nasci, os membros da minha comunidade aconselharam minha mãe a me envenenar, nascer albino na Tanzânia significa estar condenado a sofrer […]. […] Quando fui para a escola comecei a ter problemas, meus colegas tinham medo de mim, medo de me tocarem, achavam que se me tocassem começariam a sangrar ou desapareceriam […]. Muita gente não sabe o que é albinismo, pensam que sou um fantasma e às vezes acreditam que somos menos humanos. (Hasan Hasimi, refugiado albino em seu próprio país)

 

As partes dos corpos dos albinos têm grande valor para o povo daqui. Muitos políticos, pescadores, feiticeiros e empresários compram seus corpos (segundo a ONU, um corpo inteiro pode ser vendido por 75.000 dólares).

Pescadores colocam pedaços dos corpos de albinos em suas redes; empresários e políticos têm partes dos corpos como amuleto para dar sorte nos negócios e nas eleições; pessoas com AIDS acreditam que ter relação sexual com um albino trará a cura!

Foto: Divulgação / Tudo & TodasAlbina vítima da ignorância teve seu braço amputado
Albina vítima da ignorância teve seu braço amputado
Foto: Divulgação / Tudo & TodasOutra vítima de uma crença que mutila e mata
Outra vítima de uma crença que mutila e mata

Abandonado pela família, vítima de rejeição social, mutilado, considerado não humano, um fantasma, confinado à pobreza etc, o albino africano ainda tem de enfrentar os problemas de saúde, como, por exemplo, a deficiência visual e o câncer de pele. Este site informa que 80% dos albinos não chegam aos 30 anos de idade em decorrência do câncer. Pobres e sem estudar, são obrigados a trabalhar em fazendas, sob o sol e, claro, sem proteção!

Conforme a ONU, a Tanzânia tem cerca de 200 mil albinos e é o país que possui o maior número de ataques. Desde 2000, foram registradas 151 mortes, não estando computadas, no entanto, as mutilações sem mortes. 

Os ativistas em defesa das pessoas com albinismo trabalham com seguranças, pois também correm riscos. Lembrando: empresários e políticos estão envolvidos na caçada aos albinos, por isso o assunto é pouco discutido por aqui!

Fui em uma livraria em Dar es Salaam e ao perguntar à funcionária se havia algum livro sobre o albinismo, um homem se aproximou e perguntou por que meu interesse sobre o assunto. Sem dar muitas informações, fui embora, com um pouco de medo, confesso! 

Ah! Este é ano de eleições aqui na Tanzânia, ano de maior perigo para os albinos, por isso muitos estão escondidos, estão presos, para não virarem presas! 

Asante!

Nos vemos ‘Pela Tanzânia’!

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