E se eu criasse um aplicativo para mapear o assédio?
Foi o que a jovem Catharina Doria, de 17 anos, pensou após sofrer um assédio na rua. Indo à escola, a adolescente ouviu um ‘ô, gostosa’ de um homem bem mais velho que ela na rua. O que ela fez? Criou um aplicativo!
Com a ideia na cabeça e a vontade de causar uma mudança, Catharina procurou por designers e programadores para ver mais detalhes sobre o app. No entanto, para tirar do papel e tornar realidade, era preciso dinheiro. Muito dinheiro.
Então, em um belo dia, quando seus colegas de aula começaram a falar sobre a viagem de formatura – à Cancun, no México -, Catharina teve uma certeza: trocaria o passeio por um investimento maior em seu aplicativo. “Eu não tive dúvidas”, conta. “Fui falar com a minha mãe para, ao invés dela pagar essa viagem, me ajudar a criar o app”.
Com isso, surgiu o Sai Pra Lá, um aplicativo que mapeia o assédio sonoro, verbal e/ou físico que mulheres já sofreram e/ou sofrem em seu dia a dia. Lançado oficialmente no dia 3 de novembro, o app já teve mais de 30 mil downloads, cinco mil assédios registrados e quase 30 mil likes no Facebook. Além disso, Catharina também lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet para conseguir aprimorar o aplicativo e criar um serviço que suporte todos os acessos que o app vem recebendo.
Eu quero que o meu aplicativo ajude as garotas a não ficarem mais em silêncio.