A diversidade de anticoncepcionais no mercado pode gerar dúvidas na hora de escolher o mais indicado, para garantir conforto, segurança e mais qualidade de vida à mulher. A ginecologista e obstetra Adriana Martins explica que é preciso buscar informação e decidir em conjunto com o médico qual é o método mais indicado.
“É preciso levar a sério essa escolha, o anticoncepcional é considerado um remédio. Algumas pessoas escolhem por conta a pílula, principalmente os mais jovens, que, em alguns casos, não procuram um ginecologista e aceitam a indicação de uma amiga que já fez uso do produto, por exemplo, mas isso não é indicado” , esclarece.
De acordo com a profissional, os anticoncepcionais orais são apresentados de duas formas: a pílula anticoncepcional combinada, que é elaborada com sintético de progesterona e de estrogênio, e as pílulas que só contêm progesterona, de uso contínuo.
Adriana ressalta que há vários aspectos a serem observados, por isso a decisão deve ser conjunta, do médico com o paciente. “Algumas pessoas não desejam menstruar durante o ciclo, outras possuem enxaqueca ou sintomas de Tensão Pré-menstrual (TPM), entre outros casos. Por isso, é preciso conhecer o objetivo de cada um, para adaptar o anticoncepcional que trará mais qualidade de vida”, destaca.
A ginecologista observa que as pílulas anticoncepcionais de uso contínuo, que possuem somente a progesterona, por exemplo, possuem algumas contraindicações. “Mulheres no puerpério – após o parto – ou que façam parte do grupo de risco, como sobrepeso, hipertensão, entre outros problemas de saúde, não devem fazer uso dessa pílula”, orienta. Ela explica que a pílula interfere na lactação, pois reduz a quantidade de leite, durante a amamentação, por isso não é indicada.
MITOS
Mesmo que a pílula de progesterona seja de uso contínuo, método em que as mulheres não menstruam, não é necessário fazer pausas ou desintoxicar o organismo, intercalando com as pílulas anticoncepcionais combinadas.
De acordo com a ginecologista, se a mulher tem uma boa adaptação, não tem enxaqueca nem sangramento, é possível manter o mesmo anticoncepcional. Ela acrescenta que o uso de pílulas contínuas também não interfere na fertilidade.
Cuidados necessários
Durante o uso da pílula, algumas mulheres têm escape (sangramento). A ginecologista e obstetra Adriana Martins alerta que, nos dois a três primeiros meses da troca da pílula, é comum ter escape, mas se persistirem os sintomas, é preciso procurar o ginecologista.
Geralmente, estes sintomas ocorrem porque as mulheres não tomam a pílula anticoncepcional nos horários certos. “Isso aumenta as chances de sangramento e causa ineficácia no uso do anticoncepcional”, alerta.
Adriana também recomenda que a medicação original não seja substituída, pois os anticoncepcionais genéricos não possuem a mesma eficácia. “O valor gasto com o anticoncepcional faz parte das despesas mensais, por isso, é importante que as pessoas falem para o ginecologista quanto que pretendem gastar, para que o profissional também possa auxiliar nesta escolha”, indica.