Uma notícia sacudiu o universo da sexualidade feminina. Uma pílula capaz de estimular a libido das mulheres foi aprovada pelas autoridades que regulam medicamentos nos Estados Unidos, e deve começar a ser vendida por lá a partir de outubro.

A empresa americana Sprout desenvolveu a pílula cor-de-rosa Addyi. Ela já tinha sido reprovada duas vezes.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasViagra para elas?
Viagra para elas?

Desta vez, os pesquisadores aprovaram a nova droga, que precisa ser tomada todos os dias e só começa a fazer efeito após umas quatro semanas.

Embora o viagra já seja uma realidade para o homens há anos, a realidade das mulheres é mais complexa. Isso porque a famosa pílula azul masculina consiste em um remédio para aumentar a circulação de sangue e ajudar na ereção.

Já o problema que atinge 10% das mulheres está na cabeça.

Portanto, o novo remédio promete balancear a quantidade de dopamina no cérebro das mulheres. Essa é uma substância que ajuda a transmitir a sensação de prazer. Se a quantidade de dopamina diminui, o interesse sexual também.

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Conforme a psicóloga Daniela Graef, que também é especilista em Terapia de Casal e Famílias, e que ainda cursa Especialização em Sexologia Clínica a notícia era esperada, mas ainda há dúvidas sobre a eficácia. Ela diz que, embora a dopamina seja um neurotransmissor precursor natural da adrenalina e da noradrenalina, como função de estimular o sistema nervoso central, as mulheres possuem resposta sexual totalmente diferente dos homens.

A resposta sexual das mulheres é semelhante a dos homens apenas na fase inicial das relações, quando a química predomina. Isso é desejo, excitação, orgasmo e resolução. Nas fases posteriores, a mulher, normalmente, parte do ‘ponto neutro’, e o maior estimulante é a intimidade com o parceiro. A busca de afeto, reconhecimento, sensibilidade e valorização é a base feminina para criar condições que desencadeiem a responsividade para o ato sexual.

Por enquanto, a pílula foi aprovada só pra mulheres que ainda não chegaram à menopausa. Mas os cientistas dizem que ela funciona para as mulheres que já estão neste período e para os homens também. Só que esse uso ainda não foi avaliado.

A embalagem do medicamento ainda vai ter que deixar bem claro os possíveis efeitos colaterais: tontura, mal-estar, quedas grandes de pressão e até desmaios – principalmente se a mulher tomar bebida alcoólica.