PÉ NA ESTRADA
Por Ana Flávia Hantt*
Entre as notícias que chegam de todos os continentes do mundo sobre a situação da quarentena por conta da pandemia de Covid-19, a dos amigos australianos é a das mais impressionantes – pela severidade das restrições e a longa duração. Especialmente no estado de Victoria, onde fica a cosmopolita cidade de Melbourne, o lockdown segue firme, mesmo com o registro de números significativamente menores do que outros locais no mundo. Desde o início da pandemia, o estado de 7 milhões de habitantes registrou aproximadamente 780 mortes.
Apesar das medidas terem sido flexibilizadas em algumas ocasiões, o lockdown volta a ser instituído sempre que as autoridades registram entre 30 e 50 novos casos diários, uma realidade que vinha se mantendo desde o fim de agosto. No fim desta semana, as estatísticas têm registrado cerca de 25 novos casos, o que reacende as esperanças da população por uma nova flexibilização.
Entre as atuais restrições, estão toque de recolher entre 21h e 5h. As pessoas também podem se afastar de casa apenas em um raio de 5 quilômetros, e apenas para atividades essenciais, como compras no supermercado.
Exercícios físicos são permitidos por, no máximo, duas horas, na companhia de uma segunda pessoa. Visitantes estão proibidos nas residências, mas quem reside sozinho pode nominar uma pessoa para convivência. Todo o comércio está fechado e restaurantes e bares podem apenas trabalhar com ‘pegue e leve’ e entregas. Escolas também estão fechadas, com aulas ocorrendo de forma remota. As multas para quem infringir as regras variam de 200 a 5 mil dólares australianos.
O governo do estado de Victoria criou uma série de programas para apoiar as pessoas que estão sem renda durante a pandemia. Uma das modalidades, oferece 1,5 mil dólares australianos para quem precisa ficar em isolamento após testar positivo para a Covid-19. Desempregados recebem 1.115 dólares australianos a cada quinzena.
A Austrália é um dos países com restrições mais severas relacionadas à pandemia. Atualmente, somente cidadãos e residentes permanentes entram no país. Os neozelandeses são os únicos autorizados a ingressarem no território, mas com restrições.