
PÉ NA ESTRADA
Por Ana Flávia Hantt*
No início deste mês, passei um fim de semana prolongado em Basel. Apesar dessa ser a terceira cidade mais populosa da Suíça (atrás de Zurique e Genebra), com grande referência história, cultural e econômica, o que me chamou a atenção foi mesmo o idioma.
Situada na fronteira com a Alemanha e também com a França, a cidade não lembra em nada capitais mais cosmopolitas no país, como Genebra, onde a variação linguística se percebe facilmente nas ruas. Apesar do idioma oficial ser o ‘Alemão Suíço’, os nativos da cidade falam o ‘Alemão de Basel’, um dialeto utilizado nas situações do dia a dia, como uma conversa entre vizinhos ou em uma compra em uma loja. Na hora de pagar as compras no supermercado, por exemplo, o atendente irá lhe cumprimentar com um ‘griezi’, o equivalente ao ‘olá’ que funciona para todas as horas do dia.
Com 175 mil habitantes e sede da universidade mais antiga da Suíça – a Universidade de Basel, fundada em 1460 – a cidade mantém toda a sua comunicação em sua língua oficial. As placas, mensagens em ônibus e trens, e letreiros em frentes às lojas sempre aparecem escritas no ‘Alemão Suíço’. Sem dúvidas, um desafio para os visitantes que precisam transitar pelos quatro idiomas oficiais do país: francês, italiano, alemão e romanche.
Cortada pelo Rio Rhine, Basel apresenta seus primeiros registros no século cinco A.C. Em sua história, a cidade pertenceu ao Império Romano, foi um dos centros culturais da Renascença e, também, o lar de figuras como Erasmus de Rotterdam, Friedrich Nietzsche e Carl Jung. Atualmente, Basel é referência por seus inúmeros museus e também como sede de empresas farmacêuticas. A cidade também sedia um Carnaval muito popular e uma feira de arte contemporânea reconhecida internacionalmente. (*[email protected])
