Um dia me perguntaram:- Tens relógio em casa?Respondi que sim. – E as pilhas estão dando vida ao relógio?- Como assim?- Claro. Vida é muito forte. Quero saber se está em funcionamento, se o tic-tac do relógio chama atenção?- Ah! Sim. Prefiro deixá-lo sem pilhas. O barulho me incomoda.- Uhm!- Tens cachorros?- Sim. Respondi. Amo meus cachorrinhos, tenho quatro. – Tudo isso?- Apenas quatro. Muito fofos. Muita algazarra, às vezes, especialmente, quando percebem que a rotina está começando para os seus tutores. E como percebem. Latido pra todo lado.

Silêncio.

Após alguns minutos, o silêncio se quebra com o despertar do relógio. é hora de recomeçar a rotina diária. Sem antes, deixar os fofíssimos amigos peludos alimentados. O dia corre dentro da normalidade. Com suas exceções. Tem muito barulho por todos os lados. Barulho externo e interno. Sim. Vozes de todos os lados, celulares que tocam, carros que anunciam pelas ruas e aquele turbilhão de idéias que, companheiras inseparáveis, perseguem as ações. No emaranhado das atividades há também os outros. Sim, os companheiros de jornada. Todos, com seus relógios em casa, seus animais de estimação e seus comentários de toda ordem, que vão desde as suas dores, suas dúvidas suas conquistas, ou sobre a vida de outras pessoas. Faz parte, porém faz barulho também. O dia acaba e outro recomeça. O barulho permanece e também aumenta, à medida que se dá ouvido a eles. às vezes, se apresentam no plural. – E diante disto, o que fazer?- Uhm!- Colocar os fones de ouvido, alimentar os cãezinhos ou retirar-se para o silêncio?

De nada resolve retirar as pilhas do relógio, pois, somente há vida em meio ao turbilhão de acontecimentos, imprescindíveis para o crescimento humano. Entretanto, Dalai Lama dá uma dica. Não custa tentar. Quem sabe em meio ao barulho podemos encontrar a paz