Então você vai no almoço de família, e encontra seu tio-avô de 80 anos. Um senhorzinho simpático, faceiro, de quem você sempre gostou.

Como boa menina, você vai lá conversar com ele, afinal, sabe que é importante dar atenção aos mais velhos.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasQual conselho pode vir de um simpático vovozinho?
Qual conselho pode vir de um simpático vovozinho?

Após umas palavrinhas iniciais, o tio pergunta:

– Mas me conta, você já se recuperou da separação? (Se você está chegando no ‘Sozinha na Pista’ só agora, leia aqui)

Rio alto, achando graça, e respondo:

– Claro, tio. Está tudo certo.

Ele não se convence totalmente, e faz mais alguns comentários sobre o quanto gostava do ex-namorido.

Então eu reforço:

– Mas a vida é assim, né? é importante ter outras experiências.

Pausa para explicar: por ‘experiências’, eu queria dizer situações diversas de vida, tipo viajar, sair com os amigos, dormir de calcinha furada sem se preocupar com a opinião alheia… essas coisas… mas o tio levou para o lado dos relacionamentos, e resolveu que seria uma boa ideia me passar alguns conselhos:

– Isso que você falou é mesmo muito importante. Ter outras experiências. Eu mesmo nunca traí a tua tia, e casei com ela para fazê-la feliz.

Pausa para eu pensar ‘óóóiinnn, que amooorrr’…

Foto: Divulgação / Tudo & TodasComo eu imaginei eles
Como eu imaginei meus tios-avós

E ele continua:

Mas realmente homens e mulheres têm momentos distintos na vida, inclusive sexuais. Eu sei que você é uma moça inteligente, responsável, que não está saindo por aí atrás de homem, mas se você puder escolher, procura por alguém que seja sete, dez anos mais velho do que você. Essa é uma diferença que vai garantir o vigor sexual da relação. Encontre um homem com essa idade, e ele tem muito mais chances de ser fiel a você durante toda a vida.

Enquanto ele estava falando, lógico, eu já estava pensando em quais opções se enquadravam nesse requisito de idade. (Me diverti quando lembrei.)

O tio termina a frase e olha para mim com cara de seriedade. O conselho dele não tinha nada de sacanagem. Era a experiência de quem já viveu muito, e viu muita coisa nessa vida. A experiência de alguém que, em mais de 50 anos de casamento, talvez tenha passado por muitas tentações, e revisto muitos conceitos.

Sorri para ele, achando graça da situação, mas secretamente comovida pela dica. Senti como se ele estivesse me contando um grande segredo.

Não sei se a teoria dele tem fundamento. E não é que eu vá sair por aí pedindo a carteira de identidade dos ‘sozinhos na pista’.

Mas se pintar alguém legal e, no meio do papo eu descobrir que se enquadra no requisito de idade, certamente vou ouvir a resposta com um sorrisinho. Lá no fundo, vou estar lembrando do conselho dado em um domingo em família, por esse simpático vovozinho.

Nunca é demais ouvir os mais experientes, não é?