Cuca: tradição que resiste ao tempo

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Foto: Patricia Barreto/Divulgação / Tudo & TodasQue tal uma cuca para o lanche?
Que tal uma cuca caseira para o lanche?

Esse é o legítimo post para a hora da fome. Quem vai correndo na padaria depois de lê-lo?

As cucas de Santa Cruz do Sul, colonizada por imigrantes alemães há mais de 150 anos, não são apenas reconhecidas pelos diversos sabores que as compõem, mas também possuem uma história que é vivida até hoje por seus moradores. A delícia gastronômica tornou a cidade conhecida em todo o Rio Grande do Sul, serviu de inspiração para a Festa das Cucas, realizada há 14 anos. Este ano, o evento ocorre dias 27, 28 e 29 de junho, com uma variada PROGRAMAÇÃO artística e cultural, no Parque da Oktoberfest.

A professora de Línguas e Cultura e subcoordenadora do Curso de Letras da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Lissi Bender, explica que a denominação cuca para a iguaria vem do termo alemão ‘Kuchen’ e a rainha de todas é a cuca de açúcar, conhecida como Streuselkuchen. “A partir dela existe uma imensa variedade de cucas com cobertura de frutas e, normalmente, com uma borda de farofa de açúcar, o Streusel. A massa dessa delícia é feita com fermento biológico e é bem fina, mas com cobertura generosa”, explica Lissi.

De acordo com a professora, para poder contar a história da origem da cuca faltam registros precisos, mas antigos livros de receitas remetem para a sua origem na Silésia, o que é referendado pelos especialistas. “Sabe-se que já no século 18 estava presente na cozinha silesiana, de onde procede até mesmo uma lenda que narra a sua origem”, lembra ela.

Conforme a lenda, em agosto de 1858, o conhecido poeta silesiano Joseph von Eichendorf escreve em uma carta: “Hoje foi dia de quermesse da orquestra do palácio, por isso foi servida uma enorme cuca de açúcar no café da manhã”. “Isso denota claramente que a cuca estava difundida”, explica Lissi. Outros motivos para os silesianos oferecerem cuca eram as festas em ação de graças pela colheita, os casamentos e os batizados, motivos que até os dias atuais também ensejam a produção da cuca nas comunidades de origem alemã, como é o caso de Santa Cruz do Sul.

Lissi explica que as cucas, além de estarem inseridas no contexto histórico e cultural das comunidades de origem alemã, sempre fizeram parte – e continuam fazendo – das reuniões familiares. “As cucas sempre estiveram e continuam presentes nas famílias, principalmente em finais de semana. Já a comercialização da cuca é uma história mais recente”, comenta. Um bom exemplo disso, da cultura prosseguir de geração em geração, está na aposentada e ex-professora de séries iniciais Hilaide Herberts, que até hoje mantém como costume fazer cuca para a família e amigos.

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