Basta olharmos para os pés das mulheres durante as festas para notarmos que a grande maioria está usando um belo salto alto e, para o espanto da ala masculina, elas dançam a noite toda, sem perder o pique, mesmo em cima de modelos altíssimos, afinal, a regra é nunca descer do salto!
Este amor feminino pelo calçado de salto alto está invadindo, também, as academias de ginástica. Febre nas unidades de todo o país, o Stiletto está mexendo com a cabeça das mulheres que sonham dançar com a desenvoltura e sensualidade de divas como Beyoncé e as integrantes da Pussycat Dolls. O estilo mistura jazz, hip hop e música pop, todos dançados com salto alto.
Ficar sobre os saltos, em pé e dançando por várias horas, explica o médico ortopedista Mauricio Mod, pode ocasionar, ao longo do tempo, danos nos pés, joelhos e coluna. “Praticar exercícios físicos com calçados desapropriados, no caso os saltos altos, aumenta, consideravelmente, a pressão sobre os pés, joelhos e a coluna lombar. Com o tempo, esta sobrecarga pode acarretar em tendinites, principalmente, na região do tendão de Aquiles”, explica.
Os saltos altos, ressalta o especialista, não dão sustentabilidade, deixando o centro de gravidade concentrado apenas na parte da frente dos pés e repassando todo o peso do corpo para os dedos. O correto, explica Maurício, é, durante as passadas, dividir o peso entre calcanhar e dedos. “O salto transfere até 90% da pressão da pisada para os dedos, podendo, com o tempo, causar joanetes”, fala.
O uso constante de salto alto ainda pode levar ao encurtamento dos músculos do calcanhar e da panturrilha, causados pela compressão dos músculos, deixando-os menos flexíveis. “Por isto que muitas mulheres reclamam que as pernas doem, quando estão sem salto alto”, frisa o médico.
Mas, se o seu amor pelo salto alto faz você deixar de lado todos esses riscos, o especialista recomenda não usar este tipo de calçado todos os dias, intercalando com outros modelos e praticando alongamentos. “Fazer exercícios físicos para fortalecer a região das pernas pode ajudar a minimizar os riscos do uso de salto alto”, finaliza Dr. Maurício.