Em momentos de apreensão, como o que muitas pessoas vivem em meio à pandemia do coronavírus, a meditação é uma forma de relaxar e expandir os pensamentos. E isso não precisa ser feito somente através da maneira tradicional de meditar – sentar e cuidar a respiração. Dança, pintura e desenho também são formas de meditação.
Segundo a psicóloga Ana Luisa Teixeira de Menezes, o ato de meditar favorece um relaxamento da mente e ajuda na percepção. “Como, por exemplo, neste momento de coronavírus estamos focados neste assunto. Meditando vamos perceber outras formas de resolver os problemas”, observa a professora do departamento de Psicologia e dos programas de pós-graduação de Educação e Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ela também salienta que momentos de relaxamento trazem proximidade com a natureza e resultam em mais saúde.
Na correria do cotidiano, não percebemos a ligação com o inconsciente, mas, conforme a profissional, ele é importante para nossas decisões, e a meditação ajuda nesse processo. “Somos uma sociedade que pouco medita”, lamenta Ana. A meditação leva para a contemplação, por isso, “ouvir uma música, pintar, dançar e fazer uma respiração aumenta o campo de comunicação interna.”
INICIAÇÃO
Conforme a psicóloga, a meditação tradicional não precisa ser feita sentada, pode ser feita na posição que for mais confortável. “Para iniciar, a pessoa pode juntar objetos que sejam significativos para o próprio relaxamento, como pedras, plantas e cheiros. Assim terá um sentido e um espaço bom para meditar”, explica. Também é importante meditar todos os dias, porém não existe um tempo determinado. “Pode levar de 5 minutos a uma hora, depende de cada um.”
O importante é ter o momento de desaceleração da mente e corpo. “Para quem acha mais difícil se concentrar, como pessoas ansiosas, eu indico a meditação guiada. E em todos os casos é preciso uma respiração controlada”, argumenta.
Outra dica de Ana para meditar, é não focar em um pensamento ou informação. “É preciso deixar a mente fluir.” Para quem prefere começar com outras formas, pode pintar, para expressar os sentimentos, ou até mesmo colocar uma música mais calma e dançar. “É necessário valorizar esse momento e se concentrar na voz interna”, destaca.
“Neste momento de desespero social, é importante se dedicar a um concentramento pessoal para restabelecer o pertencimento coletivo.”
ANA LUISA TEIXEIRA DE MENEZES – Psicóloga e professora da Unisc
SAIBA MAIS
- O processo de meditação pode ser feito sozinho ou em grupo
- Ter um ambiente com o qual a pessoa se identifique ajuda na meditação
- Para meditação com dança, é importante ter uma música calma
- Quando ter sonho estranho, contar para outra pessoa também é uma forma de relaxar
21 dias de meditação entre amigos
A colunista da seção Pé na Estrada, do Tudo & Todas, Ana Flávia Hantt, que atualmente está na Bélgica é uma das criadoras do grupo de Facebook ‘Covid – 21 dias de meditação entre amigos’.
Ela e as amigas Josiele Baron e Sâmara Irumé se reúnem, virtualmente, desde o fim de 2018, para meditar. Na última semana, iniciaram o grupo aberto a demais interessados, como forma de auxiliar a lidar com ansiedade, medo e estresse causados no período de quarentena.
Todos dias, às 21h (horário de Brasília), elas realizam lives por meio da plataforma Zoom, com meditações de 20 minutos. Para participar, não é preciso saber meditar. Basta solicitar a entrada no grupo, que será disponibilizado um link para direcionar os participantes para a meditação. Pela página ’30 on the road’, no Instagram e Facebook, também é possível contatar as venâncio-airenses Ana Flávia e Josiele e saber mais sobre o projeto.
*Colaboração: Juliana Bencke