Sexta é o dia internacional da faxina. Na academia do Posto de Saúde do bairro Gressler não é diferente, mas essa limpeza não é aquela tradicional de dar uma ‘geral na casa’. Essa vem depois. Primeiro, um grupo de mulheres se reúne para conversar, trocar experiências, fazer a faxina emocional, com exercícios para o corpo e a mente.
Uma turma conhecida por Divas do SUS, de aproximadamente 30 mulheres, se reúne nas sextas-feiras para realizar atividades físicas. Mas a ideia, segundo a educadora física Eliane Turcatto, vai além e busca a criação de um vínculo. “Criamos um momento para pensar na gente, uma apoia a outra, a gente conversa sobre as dificuldades do dia a dia e depois faz a atividade. A única regra para participar do grupo é ter vontade. A idade não é limite, varia de 4 a 80 anos.”
As Divas do SUS espalham o empoderamento feminino por onde passam. Elas já apresentaram as danças em diversos eventos culturais do município, e, inclusive, em algumas cidades vizinhas. Os vídeos e relatos das alunas já ultrapassaram o estado, pois o alto astral da meninas foi base para uma tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP).
Elas criam coragem de se apresentar e encorajam a plateia. As pessoas se motivam com as Divas, começam a participar da dança, e ela é livre, cada uma no seu limite. A proposta é transmitir alegria.”ELIANE TURCATTOResponsável pelos encontros do grupo
Romilda Manica, 63 anos, colhe os bons frutos dessa mudança de hábito de vida. Ela comenta que hoje já acompanha todos os exercícios mas sempre no seu limite.
Hoje sei que a mulher pode ser feliz. Aqui não existe baixo astral. A gente desabafa, chora, conta os problemas, mas depois vêm os conselhos e a volta por cima.”
ROMILDA MANICA
Integrante do Divas do SUS
Ruth Castro, 58 anos, foi para a academia por recomendações médicas. “A professora adaptou os exercícios devido a meus problemas de saúde, e hoje já reduzi minha ‘sacola’ de remédios. Me sinto feliz, o grupo me dá saúde.”
As alunas comentam que, muitas vezes, o incentivo vem da vizinha. “Uma incentiva a outra”, salienta Maria Elisabete Staatz, 46 anos. “É muito bom ter com quem dividir nossas angústias. Aqui melhorei minha autoestima e minha saúde, me sinto muito bem”, frisa Maria.
Ideia é divulgar ações em blog
A coordenadora das academias de saúde do município e responsável pelos encontros, Eliane Turcatto, realça que o grupo ensina a força da mulher hoje. “Nosso grupo mostra que mulher tem vontade própria, que não somos obrigadas a nada, e quando tu queres tu podes, basta começar e acreditar.”
Segundo a educadora física, a proposta para divulgar ainda mais o trabalho é criar um blog para compartilhar ações, receitas, depoimentos, experiências e encorajar outras mulheres a participarem, fazendo a diferença por onde passam.