Foto: Divulgação / InternetXana Summer e o respeito às diferenças
Xana Summer e o respeito às diferenças

Há uma figura muito peculiar habitando o horário nobre da TV. às vezes, confesso que nem mesmo sei a qual gênero atribuir aquele empresário do ramo da beleza. Xana Summer, vivida por Aílton Graça, tem entre os objetivos, homenagear personalidades como Vera Verão e Rogéria, que ele classifica como divas.

é para ser divertido, é para ser diferente, é um homem que se veste de mulher e tem trejeitos femininos, mas na hora do aperto, mostra-se forte e muito macho. No desenrolar da trama, vê-se atraído, apaixonado até, por uma mulher. 

Há pessoas como ela (e)? A figura é retrato de algum tipo de personalidade real? Sim, certamente é. Não sei como nomear ou classificar a personagem. Não sei rotular Xana Summer. E precisa?

Há alguns dias, a personagem viu-se ameaçada por um bando de homens másculos e viris, prontos para lhe agredir. Xana subiu nas tamancas e mostrou que de frágil não tem nada. Colocou os marmanjos para correr, com golpes certeiros. Saiu sem um arranhão, apenas lastimando a unha quebrada.

Neste momento, Bruno, que não estava atento à trama, estava vidrado.

– Uau, mãe, ela é boa mesmo de luta.

Sim, filho, ela é forte. 

– Mas só não entendo uma coisa. Por que aqueles homens queriam bater nela?

Tentei explicar com naturalidade.

– Na verdade, filho, a Xana é um homem que se veste de mulher. Esses caras queriam bater nela porque acham isso feio.

– Mas só por isso?

(pausa para responder) 

Sim, Bruno é lindo e fofo. Meu menino grande, mesmo antes de receber a explicação, já entendeu tudo o que sempre tentamos passar para ele. Assim mesmo, reforcei:

– é, filho, tem gente que é má, que não respeita o direito das outras pessoas de serem o que são. Não é questão de achar bonito ou feio. é questão de respeito. 

– Tá, mãe, isso eu já sei. Agora, vamos brincar de luta, eu e tu?

Mais uma vez, fica claro para mim que não é o que a gente fala, mas o que a gente faz. Bruno não queria levar o assunto adiante,não queria discurso ou lição de moral, o garoto não precisava ser convencido a aceitar as diferenças, ele simplesmente aceita.

Penso que a mídia anda forçando a barra. Transformando em modinha o que deveria vir apenas da natureza do ser humano. O que nos faz sermos quem somos. E faz do outro quem é, e como é, com suas individualidades e preferências. Mas essa é outra discussão que não cabe aqui. 

Fomos brincar de luta e aproveitar o restinho de noite para a PROGRAMAÇÃO favorita de meus garotos. Hora de arredar os móveis da sala. 😉