Eloá Feix tornou-se empreendedora em um tempo que a expressão ‘empoderamento feminino’ ainda não era recorrente nas rodas de discussão.
Professora pós-graduada, começou a atuar cedo, aos 18 anos, em uma escola localizada no interior do município. Após, trilhou uma carreira em diferentes instituições públicas e da rede privada, tanto na educação básica, quanto no ensino superior e curso pré-vestibular.
Foi nesse caminho, que o empreendedorismo aconteceu na vida de Eloá. Quando um dos filhos estava com 10 anos, a professora pediu a ele que reunisse alguns amigos para formar um grupo e estudar Inglês. A notícia se espalhou e, logo no ano seguinte, já havia em torno de 30 alunos interessados nas aulas.
Na época, a empreendedora não tinha estrutura e organização para tanto, já que trabalhava muitas horas em escolas particulares. Mas após três anos, incentivada por amigos, resolveu se dedicar com afinco: fez cursos de especialização e reformou sua casa, construindo um anexo. Assim, surgia a escola Idioma – Língua e Cultura.
Não queria uma empresa, queria um hobby. Havia lecionado em três turnos em várias escolas por muitos anos. Queria agora, ficar em casa, ou pelo menos, perto.
Na opinião de Eloá, empreendedorismo e docência têm muito em comum. Ela destaca que a sala de aula sempre foi sua paixão, e que todo professor, quando está à frente de um grupo de alunos, precisa colocar em prática princípios de empreendedorismo.
Fico feliz de ter inspirado tantos alunos a serem professores de Português e Inglês, feliz de ter ajudado tanta gente a transpor barreiras, alcançar promoções no emprego, conseguir bolsa de estudos no exterior e desfrutar melhor as viagens devido ao conhecimento do Inglês.
EMPREENDEDORISMO FEMININOPercursora do empreendedorismo feminino em Venâncio Aires, Eloá diz que a discriminação ainda é uma barreira. Felizmente, houve muito progresso em poucos anos. “Nos Estados Unidos, o número de mulheres, donas de seu próprio negócio, aumentou 60% desde 1997; no Brasil, em torno de 22%”, cita. Apesar desse crescimento, a profissional acredita que mudanças são necessárias na vida pública e política, como também nos lares, no que se refere à divisão de tarefas.
O empreendedorismo feminino gera emprego, riqueza, promove inovação e contribui para o desenvolvimento socioeconômico dos países. “Considere-se também que as mulheres investem mais em capacitação, conciliam melhor suas atividades profissionais e pessoais, são mais detalhistas, sensitivas e intuitivas”, opina.