Viajar com filhos não é tarefa fácil. Surgem dúvidas, medo, ansiedade. Será que a criança vai se adaptar? Vai dar certo? É uma grande diferença viajar sozinho, em casal ou em família. Viagem com criança exige um cronograma diferente, pois é necessário atender a rotina dos pequenos.
Criadores do site Tem criança na viagem, o casal de jornalistas Emilio Rotta, 43 anos e Josiane Rotta, 36 anos, de Lajeado, decidiu em 2017, fazer um período sabático em família: viajar com a filha Sara Weschenfelder Rotta, de 7 anos, para a Ásia.
A menina viaja, praticamente, desde que nasceu. “Aos 6 meses, ela viajou pela primeira vez de avião. Com menos de 2 anos já tínhamos ido com ela para a Europa – foram 15 dias e cinco países praticamente sentada em um carrinho de bebê, curtindo muito”, conta Rotta.
A principal mudança de viajar em família, segundo Josiane é que com filhos não é possível aventurar-se muito e é necessário prezar pelo conforto. “A gente acaba se preocupando mais. Por exemplo: é ruim dormir no chão de um aeroporto com a criança ou ficar em um quarto compartilhado com desconhecidos em um hostel. Nem sempre dá para fazer todos os programas. É importante dedicar alguns momentos para a criança descansar e brincar”, comenta. De resto, ela garante que é só curtição.
“A gente costuma dizer que não faz a viagem para a Sara, mas com a Sara. Ela nos acompanha, e, quando dá, a gente acompanha ela. Tentamos não sair tanto da rotina. Tentar dormir e acordar em horários mais usuais, descansar alguns períodos mais longos durante o dia para a criança se recuperar”, detalha a mãe e jornalista.
DICAS DE LOCAISNa opinião do casal, os passeios mais indicados com crianças são as praias. No Brasil, eles recomendam Porto de Galinhas, pois acreditam que é um destino delicioso para ser visitado em família. Além disso, citam como boa opção locais com parques temáticos e hotéis fazendas.
Porém, há locais que devem ser evitados na companhia dos pequenos. Rotta cita destinos com poucas condições sanitárias ou que ofereçam riscos à integridade ou à saúde. “Em alguns lugares, o acesso à água potável e a mínimas condições de higiene é difícil, então melhor não viajar com crianças. Em lugares de altitude elevada (como Bolívia e Peru) as crianças podem sentir bastante, com náuseas e cansaço excessivo. É importante lembrar que os pequenos nem sempre conseguem explicar o que estão sentindo, então é mais difícil resolver o problema assim.” Nesses casos, fica a dica: pesquisar sobre o que dizem outros viajantes sobre o destino escolhido.
CONVÍVIO INTENSOPara a família, o roteiro mais marcante em família foi a viagem pela Ásia, que durou três meses. “Foi um tempo de muitas descobertas, de muito convívio, praticamente juntos 24 horas por dia, por 90 dias, dormindo em quartos com no máximo 25 metros quadrados, experimentando tudo quanto é meio de transporte, conhecendo lugares onde a comunicação era quase impossível. Foi um aprendizado”, lembra Josiane.
Rotta destaca que a filha Sara gosta muito das praias, mas o que ela mais lembra é os dias passados na Disney Shanghai. “O parque é um dos três existentes fora dos Estados Unidos e tinha sido inaugurado há menos de um ano quando o conhecemos.”