Nunca entendi direito por que o aniversário dela era no dia da criança. Minha avó sempre teve jeitinho de vó, daquelas que fazem pão caseiro e chimias de abóbora e de goiaba. Também o melhor sagu do mundo. Nesse quesito, duvido alguém que se saia melhor. Fico com água na boca só de lembrar.
A ‘Vóvina’, como a gente chamava, passava trabalho com a gangue dos netos, que roubavam flores do pátio, subiam na goiabeira para comer a fruta no pé, mas também para se esconder e provocar quem passasse pela calçada, e adoravam ir no porão do vô Joaquim. Três meninas e três meninos. Hoje, todos pais e mães, com uma turminha de bisnetos de encher o salão.
E o salão realmente ficou cheio. Foi no sábado, véspera do aniversário, a comemoração de seus noventa anos. Entre tios, primos, sobrinhos, afilhados, gente que há muito tempo não víamos, crianças que cresceram, jovens que se tornaram adultos e muitas crianças pequenas. Muitas.
Bem fez a bisa ao insistir na cama elástica e na piscina de bolinhas. A primeira vez que ela tem uma festa assim. Não foi aos nove, foi aos noventa, provando que sempre é tempo de ser criança, ainda mais para quem nasceu no dia 12 de outubro.
Com direito a decoração, vela no bolo e parabéns a você, a bisa conseguiu reunir boa parte da família e de seus amigos numa festa que se estendeu até a tarde de domingo, aproveitando cada minutinho de convivência com uma turma que veio de longe para prestigiar a aniversariante. Gente que adora se reunir e celebrar, gente que se adora.
Uma alegria contagiante e barulhenta, muita coisa para contar em pouco tempo. Muita gente falando, muita gente rindo. Crianças correndo, a algazarra formada. Na saída, a PROGRAMAÇÃO de próximos encontros, afinal qual a graça da vida sem a alegria do encontro?
Parabéns, bisa. Que a vida siga te presenteando com tantos amigos e alegrias.

… Ops, e ainda falta uma turma grande. Bem-vinda, Fernanda e família.
