Durante a temporada de verão, é comum que as pessoas busquem por dietas ou métodos de emagrecimento que tenham eficácia, em um curto prazo. Uma das opções é o jejum intermitente. O método, de intercalar períodos de jejum com períodos de alimentação, já é bem antigo, mas está de volta.
Inclusive, foram desenvolvidos aplicativos específicos que indicam o horário de intervalo de cada jejum, a frequência, a quantidade de água ingerida ao dia (que deve ser registrada) e dicas de alimentação saudável para intercalar nos períodos de intervalo, entre outras orientações. Contudo, é preciso ficar em alerta, pois nem todas as pessoas reagem bem ao método.
De acordo com a nutricionista Silvia Rita Zappani, o aplicativo é criado para atender um grande número de pessoas e por não ser um método personalizado, pode trazer efeitos colaterais. “Antes de aderir ao jejum intermitente é indicado fazer uma avaliação fisiológica e de adaptação. Alguns podem reagir bem, já outros, nem tanto”, alerta a nutricionista.
Ela explica que é preciso saber a rotina de vida do paciente, fazer análises de exames e avaliar as questões fisiológicas de cada um, antes da adesão à dieta, que pode variar quanto ao período de intervalos, de 16, 18 e 24 horas de jejum e quanto à frequência, que, geralmente, pode ser de três vezes na semana, com duração de seis meses.
Antes de aderir ao método, Silvia indica que seja feita uma readequação da alimentação aliada à atividade física.“Na medida que o organismo vai se adaptando, o profissional pode aumentar o período de jejum”, explica. Cada organismo vai reagir de uma forma e algumas pessoas podem apresentar sinas de hipoglicemia, como desmaios, crises de tontura e visão turva (devido à redução da taxa de açúcar no sangue).
Segundo a nutricionista, após a adaptação, o processo deve ser contínuo.“Não adianta ficar várias horas sem comer e depois, ingerir comidas calóricas em grande quantidade. É preciso haver um equilíbrio alimentar, de vitaminas e minerais. Durante os horários de jejum, só é indicado beber água ou chá sem açúcar”, enfatiza.
Benefícios e contraindicações
O método auxilia na redução de pesos e medidas, bem como na definição da silhueta. Estudos experimentais revelam que o jejum pode melhorar o perfil lipídico (quantidade de gordura) e diminuição das taxas de açúcar no sangue. Mas, de acordo com a Associação Brasileira de Nutrição, ainda não há comprovação sobre estes benefícios.
Silvia observa que a maioria das pessoas que procura por este método são as obesas, que precisam perder peso de forma mais rápida, já que os resultados são mais eficientes quando comparados às dietas convencionais.
O jejum intermitente é contraindicado para gestantes, idosos, crianças e lactantes. Silvia explica que o método deve ser adotado por adultos saudáveis, após avaliação.
“O processo de jejum intermitente causa estresse oxidativo. O processo usa a gordura e açúcar que sobram na corrente sanguínea como fonte de energia para o corpo.”
SILVIA RITA ZAPPANI – Nutricionista
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