Thomaz nem sabe quem é Neymar, mas está de verde e amarelo. Bruno até conhece o jogador do cabelo estranho, mas se não liga para a Copa, imagina para a ausência do craque. Eu ligo, quero que o Brasil siga em frente, quero que Neymar se recupere bem para 2018, e que até lá ainda encante muito torcedor com seu talento, e quero, do fundo do meu coração, acompanhar de novo o jogo da seleção no domingo, não antes.
Não disfarço minha saudade da época em que os jogadores usavam chuteiras pretas e se preocupavam mais em desarmar o ataque adversário do que com a tonalidade das mechas do cabelo ou com a décima terceira tatuagem. Não me importo em ser saudosista, em entregar minha idade, dia destes, quando o jogo encrespou, me deu vontade de mandar o Ronaldão largar o microfone e ir fardar. Saudades, Romário e Bebeto, Edmundo, Leonardo, Dunga, Raí, Ronaldo e Taffarell.
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Insisto com meu menino grande, faço milhares de convites para se juntar a nós. Mas ele não quer torcer, não querer parar para olhar o jogo. Pega uma bola e vai chutar no gramado, enquanto assistimos ansiosos o jogo surpreendentemente duro contra a Croácia.
Não nos fez companhia contra o Chile, nem contra Camarões. Não olhou o jogo contra a Colômbia, mas para hoje está cogitando. Tenho quase certeza que desiste aos oito minutos do primeiro tempo.
Thomaz ganhou uma camiseta da seleção, naquele dia, foi difícil fazer o pequeno colocar o pijama, por pouco não dormiu fardado para o jogo. Adorou a peça “amalela”.
– é minha cor pefelida.
E acho que por isso gostou tanto. E só.
Para o pequeno, a torcida parece mais divertida, não entende do esquema tático, não sabe o nome dos jogadores, mas gosta do clima, da expectativa, e vibra aos pulos quando o gol é do Brasil. E só não vibra também quando a vantagem é do adversário porque entende que tem que comemorar quando nós também comemoramos, pois na verdade mesmo, acho que ele nem sabe o que é um gol.
Querida Seleção Brasileira, sei que as crianças ficam lindas nas propagandas de televisão e que muitas realmente adoram a Copa do Mundo, torcem, sofrem e vibram, mas, por favor, pelo menos na minha casa, esquece dos pequenos um pouco e joga pra mim.
