Na noite de ontem, a página do Jornal Nacional no Facebook fez uma publicação noticiando a previsão do tempo para o dia de hoje, onde a jornalista Maria Júlia Coutinho (Maju, para os acostumados a assisti-la na televisão) aparece ilustrando a reportagem. Até aí, tudo bem. O problema, meus caros, começou quando o foco principal não foi dirigido ao assunto em questão, e, sim, à própria profissional.

No entanto, não posso dizer que despejaram elogios à Maju. Inicialmente, ninguém disse que ela é uma jornalista excpecional (porque ela é, convenhamos), ninguém falou que ela é uma mulher inteligente, culta e entendida do assunto (porque isso fica claro a todos que a assistem no JN todas as noites), e ninguém disse, infelizmente, o quanto ela vem crescendo como profissional e mostrando ser qualificada para o cargo ao qual ocupa. Não. As únicas palavras ditas – e é lamentável revelar isso – foram as de baixo calão a respeito de sua pessoa.

Hugo Gloss, um famoso blogueiro da web que é conhecido por exibir sua opinião pra quem quiser ver em suas redes sociais, publicou, hoje, um print sobre a publicação na página do JN que vem deixando muita gente com os nervos à flor da pele. O motivo? Além do profissionalismo de Maju, além das informações contidas na reportagem e muito além daquilo que realmente merecia ser comentado – a previsão do tempo, por exemplo -, o que foi visto foram insultos, acusações e palavras horríveis direcionadas para a mesma. E tudo isso porque ela é negra.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasAlguns dos comentários racistas foram muito além do insulto à cor da pele, abrangendo vida pessoal e qualificação profissional
Alguns dos comentários racistas foram muito além do insulto à cor da pele, abrangendo vida pessoal e qualificação profissional de Maria Júlia 

Em pleno século 21, no ano de 2015, quando a liberdade de expressão é extremamente discutida e a igualdade entre sexos é uma luta constante, o racismo continua a dar suas caras. No meio disso tudo, a única coisa que ronda a minha cabeça no momento é: por quê? Por que discriminar, excluir e insultar alguém só por causa da cor de sua pele? Por que olhar uma pessoa de forma diferente só porque tem a pele mais escura que a sua? Por que insistir em algo sem cabimento, noção e fundamento? O racismo, infelizmente, continua, e eu, assim como muitos cidadãos desse mundo, continuo a me questionar: por quê? 

Algo tão discutido publicamente, o tempo todo, como o racismo, já era de se esperar estar em extinção. Mas, por enquanto, – e por muito tempo ainda se as coisas continuarem a fluir desta forma e as pessoas se manterem pensando dessa maneira – a erradicação do racismo vai ficar só no papel.

O sentimento de tristeza e desesperança, no meio de tudo isso, começa a aparecer quando coisas assim acontecem e recebem notoriedade. é triste viver em um mundo onde, ao invés de perder, os atos de racismo e preconceito ganham, cada vez mais, destaque e força entre a sociedade. Surge, com isso, a vontade de mudar, de querer agir, de gritar pra todos ouvirem que é simplesmente patético existir essa diferenciação entre as raças, crenças e costumes. E, mais do que isso, surge, também, a gana por respeitar e ser respeitado, pois de diferenças é feita uma nação. 

Para acabar com todos os boatos, na tarde de hoje, a equipe do Jornal Nacional posicionou-se a respeito do ocorrido. Confira o vídeo abaixo:

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Posted by Jornal Nacional on Sexta, 3 de julho de 2015