Minha indicação de hoje é sobre um livro incrível, que prende desde as primeiras linhas.
O livro é considerado uma das maiores obras-primas de ficção científica de todos os tempos. Ou melhor, Fahrenheit 451 é, na verdade, uma obra de ficção política. Para entender um pouco mais sobre o nome do livro, é preciso ter conhecimento a respeito de uma infomação: 451 graus Farenheit, ou 233 graus Celsius, é a temperatura de combustão do papel comum. Ou seja, dos livros. E os livros são os instrumentos que “incendeiam” as ideias. A sociedade de Farenheit 451, porém, é uma sociedade que preza a ‘paz’ acima de tudo.
O caminho da paz, para essa sociedade, passa por dois elementos fundamentais: um material, o outro é espiritual. Materialmente, trata-se de suprir as necessidades básicas dos cidadãos. Nessa sociedade afluente, moderna e organizada, todos vivem em casas confortáveis, vestem-se e se alimentam satisfatoriamente, têm empregos e contam, para se entreter, com inúmeras telas de TV, por onde participam interminavelmente de programas interativos (o livro foi escrito nos anos 40, o que o torna terrivelmente premonitório).
Porém a satisfação material não garante a paz social se houver insatisfação espiritual. A história, a literatura, a filosofia, a poesia, a religião, a política, as biografias, tornam-se uma ameaça à uniformidade passiva e satisfeita. Os livros são, portanto, todos proibidos.
Entretanto proibir os livros, por si só, não elimina os livros já publicados. Para isso há os bombeiros, agentes especializados em localizar livros escondidos e em queimá-los in loco (não há necessidade de agentes para combater incêndios, pois as casas, ao contrário das mentes, são à prova de fogo).
Ao longo das páginas, nos deparamos com relatos que se parecem com momentos atuais. Fazendo com que os leitores, passem a refletir sobre o futuro que daremos a nossa vida e também, para o mundo.
Para quem se interessou pelo livro, sugiro também o filme baseado na obra. Com o mesmo nome, Farenheit 451, é uma história de amor, ou melhor, de amores (o amor pelos livros e o amor de um bombeiro, Montag, pela bela, delicada e delicadamente insatisfeita Clarisse), foi filmado de maneira magistral por François Truffaut em 1966. O filme conta com cenas incríveis e é uma ótima dica após a leitura do livro.