
Quatro anos, seis meses e vinte dias exatos desde o dia que segurei pela primeira vez um bebê tão pequeno e tão frágil: minha Melissa. Os primeiros (difíceis) dias passaram num piscar de olhos e quando me dei conta ela tinha meses. Assim os dias foram se somando, cheios de novidades, aprendizados, desafios, noites mal dormidas, medos, angústias e uma mistura de emoções e sentimentos que só quem vive consegue compreender.
Quatro meses e dez dias desde que segurei no colo meu segundo tão pequeno e tão frágil bebê: meu Matheus. Agora, aqui estou: com dois. Confesso que a maternidade tem me consumido e se tornado um dos motivos mais sagrados pelos quais eu vivo hoje. Me transformei tanto, que me julgo incapaz de descrever-me antes deste acontecimento em minha vida.
Eles enchem a casa e me fazem ter que escrever esse texto tarde da noite. Essa é a escolha que venho fazendo, trabalhar nos turnos que preciso fora de casa, e priorizar ao máximo a convivência com eles quando tenho oportunidade para isso. Acredito que é nessa troca que os vínculos se fortalecem, que a confiança é construída e o afeto pode se manifestar.

As redes sociais também têm enchido a casa das pessoas, têm invadido a privacidade e se tornado um visitante sem limites. Eu mesma já me peguei diversas vezes trocando mensagens de celular que podiam esperar, rolando as atualizações (sem fim) do Facebook sem um objetivo aparente, ou fazendo com qualquer outra coisa com essa tecnologia que invadiu a minha vida, a sua vida e a vida dos nossos filhos. Alguém sabe me responder porquê? Porque a gente prioriza isso?
De um mês para quatro anos a vida foi um salto para mim: Melissa éinteligente e cheia de dengos. Conversa, conversa e conversa mais, se pudesse dormia conversando (hehehe). Hoje, ela me perguntou onde ela iria morar quando crescesse, e eu disse: comigo até quando quiseres. E ela me respondeu: vou morar contigo por mil anos então. Matheus aprende que pôr os dedos na boca é bom e descobre que com um pouco de força consegue se virar na cama e ficar de bruços.
Mal sabe a Melissa que mil anos não nos serão permitidos aqui, porém, espero que alguns muitos nos serão ofertados. O que quero ensiná-la é que valerá a intensidade e a presença de cada uma na vida da outra. Daí sim, cinquenta anos poderão parecer mil, por toda a disponibilidade, amor, cuidado e companheirismo.
Não existe conexão mais importante que essa. Pelo menos para mim não. Me dei conta de que muita coisa pode esperar. Mas a Melissa e o Matheus não. Hoje eles são pequenos, num piscar de olhos não serão mais, eles estarão no mundo para o mundo. Eu os acompanharei e os apoiarei para que possam experimentar essa fascinante e curta trajetória na Terra. E daí, o que realmente terá importado na vida deles? O que eles irão lembrar? O que irão contar?
Quando me refiro que muita coisa pode esperar, me refiro aquilo que realmente é supérfluo. Claro que sei que, as vezes uma ligação é importante, uma reunião é compromisso de trabalho, uma janta com as amigas faz bem para a alma e uma porção de coisas que não dizem respeito à maternidade são tão importantes quanto. Afinal, saudável é o equilíbrio, e não o excesso, em qualquer aspecto.
Coloquei como regra que o celular não é membro da família. É importante para atender algumas necessidades que temos, resolvermos algumas questões de trabalho ou combinar algo com os amigos. Claro que vale dar uma espiada na vida alheia (hehehe), o que não vale é fazer da vida alheia a nossa vida. Não sou radical e nem pretendo ser, e isso diz respeito também ao uso que meus filhos farão da tecnologia. Mas o velho bom senso ainda está em alta e produz ótimos resultados na nossa vida.
Beijos gente!