Sempre ouvi da minha avó que ser dinda é uma benção. Temos que aceitar o convite e honrar o cargo. Para ocupá-lo, é necessário preencher alguns requisitos como:
– amar crianças; – ter paciência com elas; – ter confiança dos pais para cuidá-las.
Há alguns dias recebi esta missão. Pela primeira vez vou ser dinda oficialmente. Digo oficialmente, pois já me sinto e sou dinda emprestada de uma bonequinha linda. Fora uns pequenos que eu adoto por aí. Mas desta vez vou ser uma dinda desde o começo.
Desde o planejamento, desde a vontade dos pais, desde o teste de gravidez, desde a primeira ecografia, desde a escolha do nome, desde a maternidade.Ser dinda também é ser um pouco mãe e no meu caso, aprender a ser uma.
Acredito que é pelos vinte e tantos que a maioria de nós, mulheres, nos tornamos dindas, e depois, pelos trinta, mães. Geralmente o convite chega pela irmã ou irmão, mas como eu sou a mais velha, o primeiro convite chegou pelos amigos.
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>> Leia também: Missão ser dinda: quais são as atribuições dos padrinhosAmar crianças já faz parte de mim. Mas ser dinda exige mais. Exige mais que presentes e abraços no dia do aniversário, da Páscoa, Dia das Crianças e Natal. Ser dinda também é educar, é amar, é compartilhar, é respeitar, é orientar, é cuidar.Cuidar trocando fraldas, pegando no colo, acalentando o choro, brincando. é compartilhar a angústia da cólica e da febre. é vibrar com o primeiro dia da escola, é cuidar dela no sábado à noite. é passar em frente a uma loja de roupas de bebê e achar que tudo tem a cara do seu afilhadinho.
Em oito meses, dois nascimentos acontecerão. De uma criança e de uma madrinha.Não sei se é menina ou menino, mas já amo sem saber se será um ‘joão’ ou uma ‘maria’. Ser dinda é viver e sentir que aquele ser que está crescendo no ventre de sua mãe também está sendo gerado dentro do seu coração. Uma oportunidade de crescer, amadurecer, viver com mais intensidade e aprender com quem precisa aprender do zero o sentido de viver.
