Muitas vezes, em nossas vidas, deixamos de valorizar as pessoas que nos cercam e que somente querem o nosso bem. Os dias passam e nos damos conta, depois de um tempo, que certas coisas realizamos tarde demais. O motivo talvez sejam os compromissos do dia a dia, que tanto tomam nosso tempo. Devido a eles, pouco nos sobra para passearmos com quem amamos, sairmos com os amigos ou até mesmo nos dedicarmos a outras tarefas. Quando éramos crianças, reclamávamos se tínhamos que lavar as louças deixadas na pia, hoje, se tivéssemos somente que lavar as louças, ficaríamos muito contentes.
Nós, seres humanos, damos tanta prioridade aos problemas a serem resolvidos e esquecemos, muitas vezes, de nossos pais que tanto nos amam. Aqueles que foram os pilares de nossas vidas, que ajudaram a erguer e a construir o nosso castelo, que é o que chamo de vida. Eles nos disseram não e com eles nos revoltamos por não nos deixarem fazer tudo o que queríamos, tudo o que gostaríamos. Os chamamos de chatos quando saíamos à noite com os amigos e eles tanto se preocupavam, por isso nos ligavam seguidamente.
Os chamamos de intrometidos, quando eles queriam saber quem eram nossas companhias, quando na verdade, eles apenas se importavam com os amigos que tínhamos, os quais, de certa forma, contribuíram para sermos quem somos hoje. Reclamávamos quando eles insistiam para estudarmos, quando o que eles apenas queriam era que fôssemos seres humanos de bem, que tivéssemos cultura e que fôssemos alguém na vida. Hoje, graças a eles, temos orgulho em dizer que somos arquitetos, fisioterapeutas, advogados, médicos, jornalistas e tantos outros profissionais.
Brigávamos com nossos pais quando eles nos obrigavam a ir à escola. O que eles queriam? Era apenas que cumpríssemos com nossos deveres, de maneira que fôssemos éticos, responsáveis e devoradores de conhecimento e saber.
Nossos pais eram insuportáveis quando pediam para que limpássemos a casa e arrumássemos nosso quarto. Hoje percebemos que isto é extremamente necessário quando passamos a ser independentes e donos de nós mesmos.
Hoje, muitas vezes, chamamos nossos pais de surdos, mas esquecemos de quantas vezes seus ouvidos estavam dispostos a escutar nossos choros quando bebês, nossas reclamações até mesmo quando adultos, nossos problemas amorosos e as dificuldades em nossas vidas.
Chamamos eles de velhos, mas não nos damos conta de que aqueles ‘velhos’ são as pessoas as quais mais nos amam neste mundo, pessoas estas que nos deram a vida. Nas mãos velhas estão estampados anos de trabalho e dedicação para que pudéssemos ter uma vida melhor. Foram aquelas mãos velhas que nos pegaram no colo quando crianças, nos deram comida e nos acariciaram durante várias noites para que pudéssemos dormir bem.
O tempo passou e tão ocupados estávamos com outras tarefas que hoje alguns de nós talvez não tenham mais estes ‘velhos’ ao lado. Hoje, nos deixam saudades e boas lembranças. Aqueles ‘velhos’ reclamões, chatos, intrometidos, insistentes, enchedores de saco sempre nos amaram e será que fomos capazes de amá-los e valorizá-los na mesma proporção?
Se já se foram, não temos como voltar no tempo, mas se aqui hoje ainda estão, por que não amá-los com todas as forças de nossos corações? Porque darmos valor às pessoas simplesmente quando, muitas vezes, elas não estão mais entre nós? A vida corrida nos toma muito tempo, mas na mesma proporção que damos tanto enfoque aos nossos problemas a serem resolvidos, porque não valorizarmos quem está ao nosso redor?
Amanhã pode ser tarde demais para abraçarmos uma pessoa, tarde demais para pedirmos desculpas e darmos conselhos. Pode ser tarde demais para dizermos uma palavra de carinho e o quanto ela é importante em nossas vidas. Então por isso, ame hoje, sonhe hoje, viva hoje, coloque um sorriso no rosto hoje e como diz aquela famosa frase: não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje!