Foto: Paula Carvalho / Tudo e TodasHistórias inspiram a imaginação do herói
Histórias inspiram a imaginação do herói

Meus filhos nunca tiveram muita paciência para escutar histórias. E não pensem que não tento ou que não tenho talento. Já fiz isso inúmeras vezes para afilhados e outras crianças da família, e era um sucesso. Mas eles não querem ser receptores, eles precisam interagir, interferir, participar.

Bruno dizia:

– Mãe, não é assim, me dá aqui que eu sei.

Assim que aprendeu a ler, logo se interessou por aumentar o número de publicações em sua estante. Mas ele gosta mesmo de livro de planetas, animais estranhos, dinossauros, dragões. Quer descobrir coisas, ter novidades para compartilhar com os amigos. Ainda não se mostrou interessado por contos e obras literárias.

– Mãe, sabia que a Terra gira em torno do sol?

Thomaz vai adiante, troca de livro, muda de ideia, vai brincar de outras coisas. Nos últimos tempos, porém, parece que pegou gosto pelas histórias contadas. Ou melhor, por contar histórias. Prepara o cenário, convoca a plateia e começa uma enrolada aventura com seus personagens favoritos. Sem início, sem meio, sem fim. Historinhas curtas, enredo confuso e um milhão de ideias fantásticas povoando sua imaginação.

Do lado do bem, Super Homem, “Bapta”, “Robin que escala”, Homem de Ferro, Thor, Gavião Arqueiro, Ravena. Entre os inimigos, Charada, Duas Caras, Coringa. 

Tento a minha vez, sugiro que me deixe contar uma também. Thomaz permite, mas mal passo do “Era uma vez” e ele já conclui:

– Agora, deu! Chega, mãe. Quero brincar de outra coisa.

Viramos a página, o herói veste sua capa e vai viver suas aventuras pessoalmente.

– Olha, mãe, o Super Homem!