Foto: Divulgação / Tudo & TodasPessoas estressadas tendem a comer mais e queimar menos calorias
Pessoas estressadas tendem a comer mais e queimar menos calorias

Estresse é a resposta do organismo frente a um perigo, que prepara o corpo para fugir ou lutar, um processo de adaptação geral, no qual ocorrem respostas fisiológicas aos estímulos ambientais.

E o estresse engorda? Sim, segundo o especialista em medicina preventiva, longevidade e emagrecimento, Fábio Cardoso, o estresse faz você mais gordo. E não é somente porque as pessoas tendem a comer alimentos menos saudáveis quando estão sob estresse, mas principalmente porque ele reduz a capacidade do corpo de ‘queimar’ calorias.

Pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, estão publicando um excelente trabalho. O chefe ‘dos infernos’, problemas com namorado(a) ou um vizinho chato, todos eles juntos podem reduzir a sua capacidade de queimar gordura de forma assustadora.

Neste estudo, deram à 58 mulheres (média de idade de 53 anos), refeições contendo 60 gramas de gordura, 59 gramas de carboidrato e 36 gramas de proteína. Após a refeição, os pesquisadores monitoraram o sangue e o gasto calórico por seis horas.

Através de questionários e entrevistas específicas, foram determinados os níveis individuais de estresse.

O gasto calórico (capacidade de queimar calorias) foi alto logo após a refeição, mas diminuiu conforme as horas foram passando, o que é normal. O dado importante foi que a redução no gasto energético foi muito mais rápida nas mulheres que nas entrevistas e questionários afirmaram que estavam com níveis de estresse elevados (independente da causa – trabalho, família, relacionamentos).

Outro dado muito interessante: após a refeição, a oxidação de gorduras (queimar as gorduras estocadas) aumentaram gradualmente, porém aumentaram bem menos nas mulheres que tinham descrito um nível de estresse aumentado.

Outro dado do trabalho: as mulheres sob estresse elevado tinham níveis sanguíneos mais elevados de triglicerídeos (gordura) após se alimentarem. Isto também pode indicar que o corpo tem mais dificuldade de utilizar a gordura como fonte de energia sob situações de estresse.

Outro trabalho da mesma instituição descreveu os achados de 354 pessoas atendidas em que metade delas admitiu ter uma relação ‘problemática’ com o seu parceiro. Eles definiram casais que discutiam verbalmente mais de duas vezes por semana. Foram coletados marcadores dos níveis inflamatórios no sangue destas pessoas.

A inflamação crônica faz parte da gênese de diversas doenças (derrames, infartos, câncer, demências, entre outras), e também, no ganho de peso e dificuldades de emagrecer. Tanto é verdade que os especialistas sempre falam que o obeso é um ‘inflamado crônico’.

Nos pacientes com relacionamentos problemáticos, com níveis de estresse elevados, os níveis de inflamação foram sempre mais elevados que nas pessoas com bons relacionamentos.

Conclusão: estes dados demonstram os efeitos destas alterações metabólicas que dias seguidos de estresse e até depressões facilitam o ganho de peso com o passar do tempo. E, pelo estudo, esta diminuição nas capacidades de queimar calorias, de utilizar a gordura, pode, sim, no decorrer de um ano, gerar um ganho de peso de até cinco quilos.

Por isso, o profissional aconselha: faça escolhas de vida saudáveis. Os relacionamentos e o ambiente podem ter efeitos cumulativos no seu corpo, para bem ou para mal. estresse demais engorda e pode, sim, matar, pois aumenta a chance de ter doenças. Isto não é frescura, é cientificamente comprovado.