Todos os anos a Oktoberfest premia – e muito bem – suas soberanas. No último ano foi com um carro 0 km e neste ano, o prêmio da rainha volta a ser um zerinho na garagem. Desde que fui rainha da Fenachim, em 2012, me questionam sobre o que as soberanas da Festa do Chimarrão ganham. Já ouvi tanta coisa a respeito que resolvi compartilhar, principalmente, com aquelas que já estão pensando em concorrer ao título de rainha da 14ª Fenachim. Ah… por sinal, o concurso ocorre neste ano, entre outubro e novembro.
A Festa da Uva, uma das principais festas do Rio Grande do Sul, mantém, há anos, a tradição de premiar a rainha com um carro, como forma de estímulo para garantir participação de candidatas e reconhecimento a uma das figuras mais importantes para a imagem e divulgação da festa. Por lá, a tradição de homenagear as rainhas com um carro é antiga. O primeiro concurso que premiou uma soberana com um automóvel ocorreu em 1969. Ela ganhou um Fusca, o brinde de maior valor desde que os presentes passaram a fazer parte da coroação. No mesmo sentido, a Oktober oferece o carro através de uma parceria/ patrocínio da concessionária. Esta será a segunda vez que a premiação será ofertada, mas em outros anos, as vencedoras foram agraciadas com viagens. A rainha, com uma viagem à Alemanha. Tudo a ver, não é mesmo?
Já ouvi de muita gente que soberana não precisa ganhar nada. Também já ouvi, de muita gente, que a Fenachim também deveria recompensar as soberanas com algum presente ou até mesmo, uma viagem, a exemplo do que a Oktober vai oferecer às princesas. Neste ano será uma viagem para a Cidade Maravilhosa. Também já ouvi (e muito) que soberana da Fenachim ganha salário: nada disso.
Soberana da Fenachim ganha uma coroa, uma faixa e dois trajes: um típico e um social. As roupas são devolvidas ao Museu, após o reinado de dois anos e se somam às relíquias históricas da festa. Na minha edição, como prêmio, a sonhada coroa e uma faixa. Um buquê de flores, uma regatinha, uma gargantilha e um capacete de ciclista (sem a bike), oferecidos por apoiadores.
Ao longo do reinado, a oportunidade de conhecer muitas pessoas, como Paula Fernandes e Gustavo Lima; muitas festas, como Festa da Uva e do Aipim, muitas cidades, como Roca Sales e Brasília. Muitos lugares, como o estádio Olímpico e os estúdios da RBS TV.
Ao longo do reinado, muitos amigos, como Litchele Jaeger e Juliana Bohm. Muitos pais, como Ricardo, Rose, Miriam, Augusto, Luce e Dalmo. Muitos elogios, de Marias e Josés, Aninhas e Luquinhas.
Mas também teve muitas dores no pé, dores de cabeça, abdicação de dias com a família, com amigos, com namorado. De um semestre da faculdade. Teve muita responsabilidade, muito comprometimento, sobretudo, muito amor para fazer de coração, o que mais desejou, por muitos anos: representar a sua cidade!
Daí me perguntam, mas o teu amor recompensa tudo isso?
Quem quer, de verdade, ser uma soberana, não deve se doar, voluntariamente? Sim, deve.
Mas acho que podem ser mais valorizadas. Que podem ganhar um prêmio melhor. Mas não para estimular a participação e garantir que tenham candidatas, mas que valorize aquelas que vão representar a cidade e trabalhar, intensamente, na divulgação da maior festa do município por meses, sem parar. Que darão sua contribuição para a festa, simpatia, beleza, conhecimento, entrevistas. Que serão solicitadas, muitas vezes, dezenas delas, para diversos eventos, em Linha Andréas à Festa do Fejão, em Sobradinho, antes, durante e depois da festa.
Esta é uma reflexão que deixo às próximas edições, às próximas candidatas, às próximas soberanas.
Claro que há muito mais coisas para se pensar em uma organização de um evento tão grandioso, e sei, que não se tira recursos do nada. é preciso planejamento, parceiros, patrocinadores. Mas claro, um carro 0km não seria nada mal, não acham futuras candidatas? Mas se não for possível, um DVD com todas as fotos e vídeos, que eternizaram os momentos mais marcantes desta trajetória, é uma boa dica de presente!
E aí, o que você acha? Concorde, discorde, critique, opine, comente!