Foto: Divulgação / InternetO armário cápsula não se limita a uma cor específica, mas quem o adere, muitas vezes, opta pelas cores neutras (e que vão bem com tudo), como preto, branco e cinza
O armário cápsula não se limita a uma cor específica, mas quem o adere, muitas vezes, opta pelas cores neutras (e que vão bem com tudo), como preto, branco e cinza

Sustentabilidade, moda consciente e preocupação com o que estamos comprando. Essas são algumas das preocupações que estão sendo levantadas nos últimos anos – para não dizer nas últimas décadas. Com o consumismo cada vez mais forte, é preciso dar um basta e, assim, passar a analisar o que é realmente necessário e o que é apenas supérfluo.

Um conceito, ou, melhor, um estilo de vida que vem ganhando mais força e adeptos, é o ‘armário cápsula’. Mas, engana-se quem pensa que ele surgiu agora, em 2016. Na verdade, ele existe desde 1970.

Para a estilista e modelista Michele Schwinn, um armário cápsula representa mais tempo e energia para o que realmente importa e menos tempo gasto em decidir o que vestir. Além disso, ela destaca que o armário cápsula proporciona menos tempo gasto em compras e, com isso, mais dinheiro para ser investido em sonhos.

Michele relata que o armário ou guarda-roupa cápsula pode parecer uma abordagem inovadora para se vestir, mas as suas origens remontam à década de 1970. “O recente renascimento do armário cápsula é uma prova de sua relevância, não importa a década”, destaca a profissional.

O termo

Guarda-roupa cápsula ou armário capsula, como é conhecido no Brasil, foi cunhado por Susie Faux na década de 1970. Desde jovem, Faux foi cercado pela moda de alta qualidade. Seus pais e avós eram alfaiates. Ela viu em primeira mão que roupas básicas e que sirvam bem para o biotipo em questão, podem fazer com que a pessoa se senta linda e, assim, inspirar confiança.

Sua experiência de trabalho na indústria da publicidade a motivou a ajudar as mulheres a se vestir. Em 1973 Faux abriu uma boutique em Londres. Sua principal missão era ajudar as mulheres a desenvolver estilo e confiança. Ela trouxe estilistas como Jil Sander para o Reino Unido e construiu uma reputação com uma estética minimalista, funcional. Em 1980, Faux foi pioneira no armário cápsula.

Foto: Divulgação / InternetConforme Michele, na década de 80, o armário cápsula tornou-se popular nos EUA, com influência da designer americana Donna Karan e, a partir dai, tudo ganhou proporções maiores
Conforme Michele, na década de 80, o armário cápsula tornou-se popular nos EUA, com influência da designer americana Donna Karan e, a partir dai, tudo ganhou proporções maiores

Ela começou a definir os parâmetros do conceito em seu livro. Como Faux afirma: “A ideia básica é simples: através da construção de um armário cápsula você vai comprar menos roupas de maior qualidade que você vai usar com mais frequência. Você vai olhar e sentir-se confiante e bem sucedida.” O armário cápsula fornece as mulheres um roteiro de como se vestir com facilidade, ainda olhando profissional e vida pessoal juntos.

Faux acreditava que “o tamanho ideal de sua cápsula vai depender de pessoa para pessoa. Não há regras rígidas e rápidas, aqui – o princípio é que menos é mais, então realmente o que você está tentando fazer é tirar o máximo partido do seu orçamento para criar um guarda-roupa com roupas de alta qualidade que serão suficientes para o seu estilo de vida”, comenta a estilista ao falar sobre Faux e o armário cápsula.

Conforme Michele, na década de 80, o armário cápsula tornou-se popular nos EUA, com influência da designer americana Donna Karan. Depois de trabalhar em Anne Klein por mais de 10 anos, Karan passou a lançar sua primeira linha, a Seven Easy Pieces. Como Faux, Donna Karan inspirou-se na mulher contemporânea, profissional. Ela queria mostrar as mulheres que era possível ter um olhar polido e prático, sem vestir um terno.

 

*Amanhã você confere a parte dois! No post, vamos contar como é possível ter um armário cápsula.