Quando usa a capa preta, não tem poderes, com a vermelha, aguça a visão raio laser, pelo menos é isso que ele imagina. Thomaz já se passou por Homem Aranha, Capitão América, Flash e Lanterna Verde. Conhece as características de figuras que eu nem sabia que existiam. Explica para mim sobre a Arlequina, o Arqueiro Verde e a Ravena (quem é a Ravena!?). No final da história, ainda lembra que a Mulher Maravilha tem uma corda, e não é que tem mesmo?
Já usava a capa do Batman, que era do irmão, mas como definimos que teria sua festa de três anos com o tema da Liga da Justiça, logo pensei em fazermos fotos com ele de capa vermelha, ao melhor estilo Super Homem. Para complicar um pouco, prefiro coisas personalizadas, lá fui eu comprar tecido e mandar fazer. Conversei com a fotógrafa e marcamos uma sessão para fazer o convite.
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– Nega, preciso de fotos do Thomaz de capa vermelha.
– Vamos lá.
Agenda num dia, agenda em outro, pega as crianças correndo na escola, almoça um, almoça outro, a mãe fica sem comer. No intervalo mesmo, crianças no carro, capa vermelha no pescoço, pegamos a Nega no caminho e fomos rumo ao Parque do Chimarrão registrar as peripécias de meu herói da capa vermelha. Uma sessão relâmpago com o Super Homenzinho, que pela pressa, quase deveria ter sido sobre o Flash.
Fotos prontas, como sempre faz, a Nega compartilhou algumas na rede social. Por essas coincidências do destino, ou pela sincronicidade das coisas que conspiram a nosso favor, logo foram parar na tela da Diane, Gerente do Sesc de Venâncio, que me escreveu:
– Tive uma ideia.
E como não ter? Em vésperas de Feira do Livro, quando foi definido uma campanha com a imagem de um menino de capa vermelha, surgem as fotos do Thomaz, quase como uma cópia do folder.
– Quero que leve o Thomaz de capa no lançamento da Feira do Livro, ele vai ser meu ajudante.
Mesmo adorando a ideia, até me assustei, comentei que o levaria, mas temia que não saísse de meu colo. Pensei que ele ficaria com vergonha, pensei que pediria para ir para casa, me enganei.
Com uma coleção de livros em mãos, já foi entrando com a consciência de que teria uma missão a cumprir, afinal de contas, estava ali como um super herói. Na tela, projetada ao fundo da sala, se reconheceu na imagem da campanha, que não era ele, mas bem que poderia ter sido. Logo em seguida, a Diane foi se chegando. Com aquele jeito especial de quem sabe conquistar uma criança, Thomaz se rendeu, facinho, facinho a seus encantos.
Acompanhou os discursos como gente grande, bateu palmas a cada vez que a plateia assim reagia, aguardou calmamente pela hora de se servir. E, quando foi requisitado para auxiliar na entrega dos folhetos com a PROGRAMAÇÃO, pegou na mão da Diane, estufou o peito e seguiu, alegremente, o menino e sua capa vermelha, cumprindo o dever, como fazem os heróis, é bem verdade.
Obrigada, Diane, pelo convite. Nosso superajudante está a postos para ajudar o planeta na luta em favor da leitura. Qual a próxima missão?
Em tempo, a XV Feira do Livro de Venâncio Aires ocorre de 2 a 6 de setembro no Centro de Eventos São Sebastião Mártir. Um ótimo momento para incentivas a criatividade e a imaginação. Afinal de contas, quem não gostaria de ser Super Herói?
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