Reservar momentos para descansar e fazer o que gosta contribui para a criatividade e o autoconhecimento. (Foto: Divulgação)
Reservar momentos para descansar e fazer o que gosta contribui para a criatividade e o autoconhecimento. (Foto: Divulgação)

Dedicar um tempo ‘sem ter nada para fazer’ pode causar um tédio, principalmente para aquelas pessoas que sempre estão a mil. Em meio à pandemia do coronavírus, este comportamento se tornou bem comum entre as famílias, que tiveram que adotar uma nova rotina sem precisar estar de olho no relógio.

Em muitos casos, o fato de ficar parado pode trazer inquietude, porém, também contribui com a qualidade de vida das pessoas que, geralmente, não costumam dedicar um tempo para si mesmo.

De acordo com a psicóloga Fernanda Inês Fredrich, a ideia do ócio criativo já vem sendo adotado por muitas empresas, no sentido de promover a criatividade e produtividade no ambiente laboral. Ela afirma que, este método tem como objetivo gerar o equilíbrio do trabalho, lazer e estudos, pois as três áreas devem andar juntas. “Não se pode priorizar uma das atividades, pois elas estão interligadas e se completam”, define.

No decorrer dos anos, as instituições têm substituído o sistema manual pela tecnologia, fazendo com que o trabalho humano esteja cada vez mais voltado para o intelectual. Por isso, grande parte das empresas tem associado as três atividades no dia a dia dos colaboradores. “As pessoas precisam deste tempo para ‘arejar’ e acessar outras fontes para voltar para o trabalho e cumprir as demandas de forma mais produtiva”, avalia Fernanda.

Autoconhecimento

Segundo a psicóloga, o ócio criativo é diferente do momento de preguiça, pois está ligado ao tempo livre dedicado a pensar em novas ideias, criar caminhos diferentes e estar aberto a novas perspectivas.

O tempo também é importante para focar no autoconhecimento e avaliar o contexto atual. “Aproveite para fazer uma reflexão de como foi a semana, como está me sentindo e o que você pode fazer para melhorar, aquilo que não está indo bem”, afirma.

Apesar de parecer uma tarefa simples, há muitas pessoas que não conseguem praticar o ócio de forma natural. “O ócio criativo, algumas vezes, pode gerar culpa às pessoas. Esta sensação também está presente quando o indivíduo não está acostumado com as mudanças”, objetivo.

Fernanda orienta as pessoas a dedicarem um momento para praticar outras atividades, diferentemente daquelas que já fazem parte da rotina. A psicóloga explica que, para se desligar completamente dos compromissos e tarefas diárias, o pensamento é o primeiro passo. “Se permita a fazer uma atividade diferente. Desta forma, você irá desviar a atenção para aquilo que está fazendo. O ideal é que a pessoa se doe e volte o olhar para aquele momento”, indica Fernanda, salientando que as vontades e necessidades pessoais também devem ser priorizadas.

“O trabalho é fundamental, mas existem outros valores na nossa vida. O lazer gera a alegria, os estudos, o conhecimento e o trabalho, o retorno financeiro. Este último, quando visto separadamente, não traz um valor real. É preciso o lazer e os estudos para se completar.”

FERNANDA INÊS FREDRICH

Psicóloga

Ócio criativo

  • Assistir a um filme
  • Ler um livro
  • Escutar música
  • Realizar atividades lúdicas com as crianças
  • Cozinhar uma receita nova
  • Ter mais contato com a natureza e as plantas
  • Criar uma horta em casa
  • Descobrir novos hobbies