A coluna ‘Pé na Estrada’ esteve ausente por um período e retorna já do outro lado do oceano. No fim de novembro, retomei a vida nômade depois de uma longa quarentena no Brasil e, o destino escolhido, foram os países com característica francófona na Europa: até o momento, França, Suíça e Luxemburgo. O objetivo era fazer uma imersão na língua francesa, mas também por questões práticas: em novembro, eram poucos os países europeus que reconheciam a Covishield/Recombinant (nome da nossa Astrazenca/FioCruz) como uma vacina válida.
A organização da viagem ocorreu em pouco mais de um mês e a maior preocupação era obter o certificado europeu de vacinação (equivalente ao nosso Conecte SUS), sem o qual é praticamente impossível viver nos países mencionados acima. A estratégia da França, Suíça e Luxemburgo para evitar novos lockdowns é forçar a imunização da população (inclusive a terceira dose) e os locais públicos são muito rígidos em apenas aceitar a entrada de vacinados.
Na Suíça, por exemplo, não poderia me hospedar em um hostel sem a apresentação do documento. Luxemburgo é o mais extremo de todos. Atividades ao ar livre, como trilhas, piqueniques e prática de esportes também são considerados eventos ‘CovidCheck’, ou seja, os organizadores ou outras autoridades devem solicitar o certificado. Além disso, a partir de janeiro, empregados não-vacinados terão que fazer — e pagar por — testes diários para terem o direito de entrar em seus locais de trabalho.
Para garantir que a falta de documentação não fosse empecilho, solicitei o certificado dos três países de destino. A Suíça o enviou em dois dias úteis. A França, em 28 dias—o documento chegou na manhã da viagem! E Luxemburgo o enviou em cerca de vinte dias—quando já estava em solo europeu.
Neste pouco mais de um mês desde minha chegada, muita coisa mudou. Países como Bélgica e Holanda, por exemplo, já reconhecem a Astrazenca/FioCruz. Suíça e França agora exigem teste PCR ou antígeno para todos os turistas (uma tentativa para combater a variante Omicron). Luxemburgo ainda não está aberto para o turismo, mas desde esta semana passou a aceitar o certificado gerado pelo Conecte SUS como documento válido para entrada em locais públicos. A França já não emite o certificado de vacinação online (como ocorria até novembro), e agora os turistas devem fazer a conversão em uma farmácia (com o custo de 36 euros).
Nas próximas semanas, volto com tópicos relacionados à cultura, idioma, e turismo nestes países — além dos eventos natalinos, que estão lindíssimos. Boas festas a todos! (Por Ana Flávia Hantt/ [email protected])
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