Luxemburgo é, certamente, um país de peculiaridades: é um dos menores e mais ricos, além de ser o único grão-ducado do mundo, ou seja, possui um grão-duque ou uma grã-duquesa como chefe de estado constitucional (ao invés de um rei ou rainha, como em outros territórios).
Cercado pela França, Bélgica e Alemanha, Luxemburgo possui 48% da sua população formada por estrangeiros. São 170 nacionalidades, sendo as mais expressivas, portuguesa (16%) e francesa (8%).
Viver na capital, a Cidade de Luxemburgo, é como participar diariamente de uma grande feira cultural e linguística. Você nunca sabe ao certo em qual idioma deve abordar uma pessoa, e perguntas como ‘de onde você vem?’ fazem parte de qualquer conversa.
Desde que cheguei no país, no começo de dezembro, tenho me envolvido com a comunidade de expatriados para participar de atividades sociais e esportivas e, muitas vezes, em um grupo de dez ou quinze pessoas, cada um vem de uma nação diferente. O inglês é a língua base, mas a maioria dos estrangeiros vivendo em Luxemburgo fala também o francês, já que essa é a língua utilizada pelo governo e órgãos oficiais. Muitos estudam também o luxemburguês, já que a proficiência no idioma é requerida para a solicitação da cidadania após cinco anos de residência.
Sede de algumas das maiores empresas do mundo (como a Amazon Europa, sempre com cerca de 600 vagas abertas), Luxemburgo precisa importar mão de obra qualificada. As principais áreas são os campos de engenharia, finanças e tecnologia da informação (TI). Multilíngue, o grão-ducado também emprega muitos tradutores. A alta demanda por profissionais é a chance que muitos cidadãos de países em desenvolvimento encontram para imigrar para a Europa: são muitos nacionais de nações africanas ou asiáticas. Ainda, a Universidade de Luxemburgo é uma grande atração de talentos, especialmente em campos da ciência como física, TI e biomedicina.
No fim do século 19, Luxemburgo viu vilarejos inteiros emigrarem para outros países em busca de melhores condições de vida, sendo que o Brasil foi um dos principais destinos, juntamente com Romênia e Estados Unidos. Na última década, o grão-ducado iniciou uma campanha para ‘recuperar seus cidadãos’, o que beneficiou muitos brasileiros com uma cidadania europeia. Atualmente, são mais de 14 mil luxemburgueses vivendo em solo brasileiro. (Por Ana Flávia Hantt/ [email protected])
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