Foto: Beatriz Colombelli / Folha do MateImponente ela sempre está ali
Imponente ela sempre está ali

A vida está sempre colocando à nossa frente inúmeras oportunidades. Embora nosso tempo, a cada dia, se apresente mais preenchido, por consequência nossa mente.  Andamos às pressas. Precisamos realizar as tarefas, cumprir com os prazos, atingir as metas. Afinal, somos profissionais com deveres e obrigações.

Por outro lado, em meio à correria surgem momentos especiais.  Daqueles que a gente recebe de presente.   E nem precisa ser embrulhado. Ele está, ali, pronto. Basta olhar, receber e se deliciar. é neste minuto, que percebemos o quanto somos privilegiados, ao mesmo tempo percebemos as diferenças, indiferenças e até onde se pode chegar.  

Na tarde, deste, sábado, enquanto buscava um tema para compartilhar, vários me vieram à mente. Escrevi dois ou três, sentada na Praça da Matriz, enquanto aguardava para registrar as doações de alimentos não perecíveis que seriam entregue ao Hospital São Sebastião Mártir.  O sol estava brilhando. As pessoas passavam depressa. Outras dormiam nos bancos da praça, com seus ‘fiéis amigos’, ao lado. Cenários instigantes, comportamentos que nos paralisam. Olha-se para um lado e para outro.  As pessoas andam, olhando para o chão. Claro, precisamos olhar onde estamos pisando, mas não é disto que me refiro – você me entende!

Levantei-me. Chegara à hora de trabalhar. Quando percebi, também andava olhando para baixo, com meus questionamentos.  à minha frente, bem onde eu escolhera para registrar a passagem dos cavalarianos com os donativos para o HSSM tinha uma árvore.  Resolvi escorar-me nela para aguardar. Foi quando ouvi uma voz. “Porque a senhora não tira uma foto da igreja?, acho que por entre esta árvore ia ficar muito bonito, muito bonito, muito bonito”, e assim o homem foi saltitando, acompanhado por seu ‘amigo’, sem me dar tempo de lhe agradecer,  tampouco saber o seu nome. E foi o que fiz. Registrei. Um momento único. Um presente sem embrulho, porém multicolorido – vindo de alguém que acordou de um sonho, em meio à praça e me despertou para um olhar diferente. Quem sabe, ainda vou encontrá-lo, algum dia, para presenteá-lo também com esta foto, que me fez olhar para o alto e sentir a beleza que há – na sincronicidade do momento, em forma de coração.