Crianças que se envolvem com alguma modalidade trabalham aspectos físicos e psicológicos, importantes para toda a vida. Com a dança, não é diferente. Além do desenvolvimento motor, os pequenos aprendem sobre determinadas culturas e desenvolvem características como a disciplina e a persistência.
Na última semana, o T&T aproveitou a passagem do Teatro Bolshoi no Brasil – que se apresentou no Centro Cultural da Univates, em Lajeado – para abordar essa questão. Ao encontrarmos profissionais da companhia, também aproveitamos para incentivar uma pequena bailarina a persistir nessa arte: Manuela Bortolini Jächel teve a oportunidade de conhecer as solistas do espetáculo ‘Giselle’.
Manu tem 10 anos e começou a dançar ballet em 2013. E a menina tem potencial: além de um biotipo favorável, segundo a professora Melina Ellwanger, da Escola Pontinha dos Pés, a pequena é muito dedicada. “Ela chega para as aulas e já vai para a barra fazer exercícios”, conta.
A sorte de Manuela é que ela está em uma idade perfeita para começar a se desenvolver na dança clássica. As bailarinas Thaís Diógenes e Amanda Gomes, que vivem Giselle e Myrta neste espetáculo, ingressaram no Bolshoi nessa etapa da infância. E a dedicação integral exige grande maturidade.
Segundo Amanda, no começo foi mais difícil, porque precisavam conciliar a escola regular e o Bolshoi.
Então é o dia inteiro estudando, praticando. E confesso que não sobrava muito tempo para brincar. Mas eu sempre gostei tanto do ballet que eu encontrei a minha diversão na dança. Eu estava feliz ali dançando, eu estava feliz ali, aprendendo aqueles passos. Então eu acho que isso é importante. E hoje eu não me arrependo de ter passado boa parte da minha infância me dedicando ao ballet. Isso que fez a diferença para eu estar onde eu estou hoje.”
Além do exercício físico, a alimentação adequada, que é trabalhada desde cedo, também é um fator importante. Amanda conta que uma bailarina precisa cuidar do corpo, já que deve ser leve. “é o menino que carrega a bailarina, então ela não pode ser pesada. Por isso, a gente precisa cuidar sempre da alimentação, não extravar nos chocolates, sorvetes… nem mesmo de férias!”, conta.
Mas não é apenas o aspecto físico que é trabalhado. Superar limitações também é questão muito presente. Thaís lembra que, em um determinado momento, teve dificuldades para se desenvolver na formação da dança clássica.
Eu não estava indo muito bem e precisei repetir uma das séries do Bolshoi. E essa época foi muito difícil para mim, porque eu já comecei a pensar em desistir. Mas os profissionais do apoio educacional e do núcleo de saúde conversaram comigo, então eu resolvi continuar e, acabou que no final, eu pude ser adiantada em uma série e voltar para minha antiga turma.
Amanda e Thaís são exemplos de quem começou a perseguir um sonho na infância e, felizmente, conseguiu torná-lo realidade. São casos únicos, assim como em muitas modalidades esportivas.
Não tenho autoridade no assunto, como a Paula Carvalho, do Coisas de Mãe, mas me arrisco a dizer: independente do esporte ou da dança ser uma escolha profissional, o importante é que os pais permitam que seus filhos curtam essa fase, sem pressões ou cobranças.
Se evoluir para um futuro promissor, melhor! Se não, as crianças terão muitas qualidades desenvolvidas e, claro, muitas histórias para contar!
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