Mais uma vez, Thomaz estava querendo escapar do banho.
– Depois que eu jogar.
– Vamos, filho, está ficando tarde.
– Depois que eu jantar.
– Thomaz, agora te pego.
– Depois que eu pintar.
E lá se vai meu menino, correndo se esconder para brincar mais um pouco. Se havia um tempo em que ele estava sempre a postos para se colocar embaixo do chuveiro, com as mãos cheias de brinquedos de plástico e borracha, hoje, o pequeno foge enquanto pode.
Insisto, argumento, mas não foi uma nem duas vezes que acabei colocando o garoto contrariado embaixo d’água.
Mas naquela noite, Bruno entrou na jogada e foi tudo diferente. Talvez por não fazer tanto tempo assim que ele tinha dois anos. Talvez por ser menino como Thomaz. Talvez pelo tanto que é especial e capaz de entender o ambiente que o cerca.
Eu já tinha desistido, pelo menos naquele momento. Havia deixado para mais tarde a função. Eis que vem os dois caminhando pelo corredor, Bruno com o braço sobre o ombro do Thomaz, em direção ao banheiro.
– Mãe, consegui convencer o mano a tomar banho.
Thomaz vinha feliz, tranquilo. Sorridente ao lado do irmão. Nem acreditei na cena, após tanta resistência. Levei meu garoto ao chuveiro e chamei Bruno de canto:
– Filho, como você fez?
– Psicologia reversa, mãe.
– Uhm?
– Disse para ele que não era para tomar banho naquele momento.
– Fácil assim?
– Sim.
– E onde você aprendeu isso?
– No Bob Esponja.
– Uhm?
Acabei parando no Google para ver se a tal técnica existia mesmo. Descobri que para quem está aberto a adquirir novos conhecimentos, até o Bob Esponja pode ensinar. Não tenho dúvidas da capacidade de compreensão de mundo do meu menino grande. E aqui me vejo, pronta para aprender com ele. Não que nunca tivéssemos praticado a psicologia reversa, mas nem sabia que existia um nome para isso. Bruno sabia. Acho que com ele a técnica não vai mais funcionar. Ou vai?
Quer entender melhor sobre a psicologia reversa? Além de assistir ao Bob Esponja, que tal dar uma olhada nos quadrinhos abaixo?
Do site www.mundointerpessoal.com