Um piercing, depois uma tatuagem. Duas, três. Por uma questão de estilo.O silicone, depois a botox e a lipoaspiração. Por uma questão de beleza.
Nesta fase, pelos vinte, é quando mais pensamos em fazer algo diferente no corpo. Mudar. Geralmente começa com o corte de cabelo. As mais ousadas dormem loiras e acordam com o cabelo vermelho. Admiro quem gosta de mudar. Eu tenho medo.
Confesso que lá e cá me paro pensando nisso. Sou daquelas que retoco as luzes, corto o cabelo, mas nunca tenho coragem de mudar, mudar mesmo.
Nunca fiz nenhum procedimento estético. Nunca coloquei piercing, nem mesmo fiz tatuagem. Nunca tive vontade, realmente. Mas como meus pais nunca gostaram muito da ideia, nem mergulhei nas modinhas. Por volta dos 14 anos a febre era o pircing no umbigo. Nossaa….. era ‘da hora’ desfilar com a barriga de fora. A tatu, sempre esteve em alta, mas o máximo que fiz foi testar as de chiclete no braço.
O meu receio sobre a tatuagem foi e continua sendo acabar enjoando. Não sinto falta desta ‘estampa’, mas não quer dizer que nunca faria uma. Talvez, um dia, faça algo bem, super, hiper discreto, pequeno e que não preciso ver o tempo todo. Não tem algo que sita vontade de ver desenhado, escrito, eternizado. Talvez, um dia, as iniciais dos meus filhos. (isso, no plural. Quero ter dois, pelo menos!!!).
O mesmo eu penso em relação as cirurgias estéticas. Anos atrás não se ouvia falar em silicone, lipo, botox, tratamentos e mais tratamentos. Hoje esses assuntos não saem das rodas de chimarrão entre as amigas. Estamos na era da beleza e dos cuidados. Hoje, nós, mulheres, nos preocupamos muito mais com a imagem, com o corpo. O que me pergunto é se esta preocupação é com o SER EU, os com os outros.
Eu sei que beleza e bem-estar andam juntos. Eu mesma me paro na frente do espelho e reclamo de coisinhas da cabeça aos pés. Quero um cabelo melhor, um sorriso perfeito, quero que as celulites evaporem. é normal querermos fazer ‘correções’ e buscarmos ler e saber sobre isso. é o cabelo com frizz, o nariz grande, o sorriso amarelo, as unhas quebradas, o seio pequeno, a barriga flácida, as pernas repletas de celulite, as varizes. Tudo incomoda!
Sou da opinião de que sempre é válido mudar desde que isso seja muito desejado e faça diferença, principalmente, na autoestima. Isso não tem preço. Eu mesma faria, pelo menos, uns dois procedimentos, que enfim, não vou revelar né. (Isso faz parte do ‘jogo’ estético).
De uma forma geral, acho que sou bastante equilibrada. Acredito em fórmulas naturais, não sou paranóica, sei que alimentação funciona, que exercícios nos deixam mais saudáveis e bonitas. Também penso que quanto mais se muda, mais se quer mudar. Eu prefiro me manter ‘tradicional’, se é que esta é a palavra correta.
Ah…e mais uma coisa. De tantas incertezas e medos de mudar, uma coisa eu tenho certeza: não mudaria pelos outros, mas por mim.
Não se muda por qualquer coisa. Se muda o que hoje não é mais o que se espera, o que se quer. Assim é com o emprego, com o namorado, marido, com a escola, a vida.
E você, gosta de mudar?


