A história já é antiga. A polêmica já virou caso de polícia.
Não é de hoje que o padrão de beleza feminino já tomou forma e inundou a mente da sociedade. Com o verão, isso fica ainda mais explícito.
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No popular concurso de beleza do Rio Grande do Sul, Garota Verão, as participantes geralmente têm estilo parecidos: cabelos compridos, pele bronzeada, beleza natural e… corpo escultural. Ou quase.
Em uma das etapas regionais, ocorrida em Canguçu, uma das participantes causou ao aparecer na passarela vestindo um biquíni. Bem, já era de se esperar, já que é um concurso de beleza com a cara do verão, mas o que mais chamou a atenção foi o fato de a garota não ser exatamente o estereótipo da beleza acostumada aos olhos de todos.
Vanessa Braga apareceu extremamente confortável em seu biquíni verde e seu rabo de cavalo no alto da cabeça. Também não era para menos. A garota, que segurava a plaquinha com o número 11, seguia todos os requisitos exigidos pelo concurso: tem idade entre 14 e 20 anos, é solteira, não tem filhos e é gaúcha. Em nenhum lugar do regulamento estava escrito que era preciso ter cintura fina, pernas torneadas, barriga lisinha e pesar, em média, 60 quilos. Então, por que tanto mimimi?
Outra notícia que causou na internet, recentemente, foi a publicação de fotos da jornalista da Rede Globo, Fernanda Gentil, conhecida e querida por todos desde a Copa do Mundo 2014. Para quem não lembra, a loira, de, até então, corpo escultural, que impressionava pela beleza e eficiência em suas reportagens, até chorou quando o Brasil foi eliminado da competição.
Bem, isso não vem ao caso. Não quando o motivo da notícia foram fotos dela curtindo a praia, pegando um sol… de biquíni. Aparentemente, não é normal ir à praia de biquíni. Não é normal querer se bronzear, pegar onda, aproveitar o calor tropical do país, de biquíni. Porque, se fosse, não teria tido tanta conversinha, tanto cochicho, tanta fofoca porque Fernanda Gentil ‘decepcionou’ ao aparecer ‘acima do peso’ e com marcas de celulite. O que aconteceu, no final de tudo, foi a própria revelando estar grávida de dois meses, por isso os quilinhos a mais. Ops, furo de reportagem!
A questão é: há necessidade disso?
Por que mandar fotos nas redes sociais, comentar, julgar e criticar pessoas que, muitas vezes, não conhecemos? Por que cuidar mais da vida dos outros do que da nossa própria? Se a ‘fulana’ está feliz usando um biquíni, em casa, na praia, na piscina, na rua ou em qualquer lugar, por que querer deixá-la mal com comentários maldosos e desnecessários? Aliás, por que comentar?
A sociedade de hoje ainda tem muito com o que aprender. Rótulos não servem para nada. Aliás, até servem – dão nome àquilo que é praticado todo dia, o tempo todo: o preconceito. E, com preconceito, minha gente… muita coisa ainda vai continuar igual.
“Se quer ver a mudança, seja a mudança!”
