Amo comer pipocas. Ouvir o barulho estalando na panela, então, parece ser um ritual meio mágico. Até aquele versinho, ensinado pela mamãe é lembrando com carinho, que dizia mais ou menos assim: “estala pipoca, Maria sabiroca”, com leves batidas na tampa da panela. A origem disto tudo? Confesso que não sei. Apenas lembro das inúmeras vezes que ouvi e me deliciei com aquelas florzinhas parecendo manzinilias, que com açúcar, sal,  ou melado, sempre eram e são bem-vindas.

Um domingo destes para acompanhar o chimarrão com a família, enquanto os homens da casa assistiam ao jogo de futebol, a pipoca foi solicitada. E uma nova experiência, após anos de preparo, pude vivenciar. Peguei-me como uma criança que dá os primeiros passos. Descobri que em todos estes anos, e olha que são cinco décadas e tantas, bem ‘pipocadas’, no bom sentido. Pois é, nunca tinha visualizado o processo do ‘estourar da pipoca’. Agora com a tampa transparente da panela fiquei ali, embasbacada. A cada florzinha que se abria esboçava um sorriso, e analisava a transformação dos grãos.

Ao mesmo tempo que achava o ‘máximo’  poder enxergar a panela cheia de pipocas, prontas para oferecer à família, fazia uma reflexão sobre a vida e seus desafios. E pensava: quantas vezes precisamos passar por um forte calor para nos desprender de conceitos arraigados,  valores distorcidos, mágoas acumuladas, sem contar a falta de foco na busca por novos caminhos. Até uma crônica escrevi sobre isto. Mas resolvi guardar para ajustar, revisar,enfim, dar um novo toque. Excesso de zelo com as palavras. Mas, errei. Assim como muitas vezes, erramos querendo acertar. Entrentanto, somente saberemos o resultado se agirmos na hora certa, liberando as nossas crenças, acreditando que não se pode deixar para amanhã este abrir-se para o mundo das ideias, da invoação.

é preciso deixar de ser ‘piruá’ (nome dado à pipoca que não estoura), transformar-se pelo aquecimento, tal a pipoca que – de bolinhas amarelas –  proprociona um espetáculo na sua transformação.

E como nada é por acaso, nesta manhã de terça-feira,19, em uma oficina de Coaching, durante a Semana Acadêmica da Unisc, a instrutora falou entre outras coisas maravilhosas, exatamente sobre as ‘piruás’. Aprendendo sempre, conclui que, se hoje estamos neste universo de possibilidades, entusiasmadas pela vida, é aqui e agora o ponto de partida. Nele, os novos conhecimentos devem ser compartilhados e valorizados especialmente por nós mesmos. Pois, as vicissitudes da vida sempre existiram e continuarão a existir, o que importa é traçar caminhos e comprometer-se a partir das competências dirigidas, elencadas. Só assim, o convite à degustação dos resultados se apresentará como um passe de mágica, a partir de empenho, evidentemente, ou se fará com a transformação pelo aquecimento. E nem precisa se pensar em alquimia – é com momentos de escolhas e ‘Tacadas certas’.