Briga de Peso

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E não é que o ‘Briga de Peso‘ anda muito radical? Neste carnaval, o Wheels Club decidiu que a diversão teria toques de aventura. Por isso, chamamos mais alguns amigos, e organizamos um grupo para praticar rafting em Três Coroas, cidade localizada na serra gaúcha, e famosa por proporcionar esse tipo de entretenimento.

Nosso passeio começou cedinho: às 6h, enquanto muita gente fazia a finaleira do carnaval no ‘postinho’, nós estávamos de mochila nas costas, prontos para entrar em uma van e encarar as quase três horas de viagem.

Chegando em Três Coroas, para aproveitar bem o domingo, fizemos nossa primeira parada no Centro Budista Chagdud Gonpa Khadro Ling. Trata-se de uma comunidade de praticantes budistas, que residem no local. Na propriedade, fica o primeiro templo tibetano tradicional da América Latina.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasUm dos belos templos do local
Um dos belos templos do local

Renovados com tantas energias positivas, rumamos ao Parque das Laranjeiras, onde está instalada a empresa que contratamos. Esse é um parque grande, com bastante infraestrutura de mesas, banheiros e espaços de lazer. Por ser um feriadão, no entanto, havia bastante gente e não conseguimos nenhum lugar de camping para nós. Nada que nos causasse transtorno. Usamos a van como apoio, e muitos não se intimidaram em sentar no chão para um delicioso piquenique.

O legal de chegar com antecedência ao local (nós chegamos cerca de 1h30min antes do horário que tínhamos agendado), é que dá para entrar no clima. Isso porque as empresas levam de ônibus os empolgados praticantes, em uma barulhenta expectativa, até o local de início do rafting. Ao mesmo tempo, dá para ver quem volta da prática, com uma cara de quem foi para a guerra, mas é um sobrevivente.

No horário indicado, nos apresentamos na base da empresa, recebemos as instruções de como se posicionar no bote, como remar, como utilizar os equipamentos de segurança, o que fazer em situações de queda ou emergência.

Esse é o primeiro momento que se tem a noção do que aguarda o praticante de rafting. Mais do que as instruções, entende-se que o termo de ciência de risco que assinamos, de fato, é um termo de ciência. Quando se entra no bote, pode ocorrer qualquer coisa. Mas falo sobre isso mais tarde. 😉

Por enquanto, estou na parte da expectativa: entrar na fila para ganhar colete, capacete e remo, andar de ônibus e chegar no local onde a aventura vai iniciar.

A empresa que escolhemos inicia o rafting em uma barragem. Por si só, a imagem já vale todo o passeio, pois é belíssima a cortina formada pela água em queda.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasCortina de água formada pela barragem
Cortina de água formada pela barragem

Nosso grupo se dividiu em dois: um bote faria o passeio mais tradicional; e o outro viraria no meio do trajeto.

A maior parte da turma escolheu a segunda opção, eu entre eles. Entramos no bote, e logo nosso instrutor começou a nos dar instruções do tipo, ‘direita frente’, ‘esquerda ré’, ‘todos frente’. Sabe que até nos saímos bem com os comandos?

Foto: Divulgação / Tudo & TodasSincronismo nas remadas
Sincronismo nas remadas

Seguimos de forma tranquila por um trecho, apenas seguindo as regras do instrutor, que nos levava hora para a correnteza, hora para perto de uma margem, ou nos fazia desviar de alguma pedra. Tudo lindo, tudo maravilhoso.

Até que, com urgência, ele chama as meninas que estavam sentadas na frente do bote, para que fossem sentar no fundo. O resultado? O bote pesou mais em um lado e, adivinhem, virou.

Assim. De surpresa.

Eram pernas, braços, remos, capacetes, e uma infinidade de gente tentando emergir na água. Eu, claro, perdi meu remo no primeiro segundo. 

Meio assustada, meio afogada, nadei até a margem direita, que nos foi indicada.

E é aí que inicia a parte da ciência de risco, ou seja, que quando se pratica um esporte radical, de fato, pode ocorrer algum incidente. Não me perguntem o que aconteceu, mas em algum momento da confusão subaquática levei uma pancada e lesionei um dente.

Felizmente, meu terror foi muito maior do que o dano causado. Logo o grupo tratou de me garantir que não havia nada de mais e que tudo seria facilmente consertado.

E como não me restava outra escolha além de ficar tranquila – afinal, eu estava no meio do mato, há muitos quilômetros de casa – tratei de relaxar e seguir com o passeio. Mas como gato escaldado tem medo de água fria, passei para o bote que estava fazendo o passeio tradicional, e não quiz saber mais de quedas.

Seguimos com a travessia, e logo fizemos uma parada para uma espécie de ‘escorrega na correnteza’. Um a um, entrávamos na água e deixássemos que a correnteza nos levasse. Quem quisesse, podia repetir a experiência de outras maneiras: fazendo um trenzinho, por exemplo.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasDaiana e Daniel, do nosso grupo, puxando o trenzinho
Daiana e Daniel, do nosso grupo, puxando o trenzinho

De volta ao bote, seguimos o trajeto. Mais adiante, paramos novamente, dessa vez, para usar uma grande pedra como um trampolim. A ideia era pular, cair na água, e seguir até a margem.

Ainda, no percurso, por duas vezes fizemos um ‘surf’ com o bote. Consiste em remarmos contra a correnteza e deixarmos o bote ali, como se ele estivesse, de fato, surfando.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasEssa pessoa de capacete vermelho, coberta pela
Essa pessoa de capacete vermelho, coberta pela ‘onda’, sou eu

Por fim, nosso passeio se encerrou com gostinho de quero mais.

Depois de tanta aventura, ainda tivemos a oportunidade de andar na tirolesa. Mas esse já é assunto para outro post.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasQual será a sensação? Leia em um próximo post!
Qual será a sensação? Leia em um próximo post!

E você, já praticou rafting? O que achou?

Conte para a gente!

>> Autora do Bichos & Eu, Lunara Reiter também já se aventurou em Três Coroas. Veja a experiência dela aqui e aqui.