O número de pessoas que foram diagnosticadas com a síndrome do pânico ou que, em algum momento, já sofreram uma crise, é alarmante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o transtorno, que é caracterizado por crises recorrentes de pânico, atinge cerca de 2% da população brasileira.
Segundo a psiquiatra Ivone Claudia Cimatti, são várias causas que podem desencadear as crises. Pessoas com predisposição genética para o problema ou fatores de vida de qualquer natureza podem ser causas do transtorno, assim como problemas afetivos, financeiros ou no trabalho.
A síndrome do pânico – diagnóstico relacionado às repetidas crises de pânico – é mais frequente em mulheres, mas não há nenhum dado estatístico que explique o porquê deste público ser o mais atingindo. O distúrbio pode atingir pessoas de qualquer faixa etária, porém, segundo a profissional, é mais comum entre 25 a 30 anos. Contudo, o transtorno também pode se manifestar em crianças e adolescentes. “A síndrome do pânico tende a ser mais frequente em pessoas ansiosas e preocupadas”, comenta a profissional.
Os sintomas da crise são bem parecidos com o infarto, esta sensação de morte iminente faz com que muitas pessoas se desestabilizem no momento e percam o controle da situação, principalmente aquelas que nunca sofreram com o problema. “Em média, as crises de pânico autocontroladas duram cerca de 15 minutos, mas se gerar ansiedade e o paciente não conseguir manter o equilíbrio, a sensação de desconforto pode se prolongar”, afirma.
SINTOMAS
Entre os sintomas estão as crises de ansiedade, taquicardia e falta de ar. Em outros casos, as pessoas também podem ter variações, sentir sensações de suar frio nas mãos e vertigens aliada à sensação de que algo de muito ruim vai acontecer.
“Um dos comportamentos das pessoas que já tiveram uma crise de pânico é a insegurança. As crises podem trazer limitações no dia a dia. Em alguns casos, ela evita situações em que acredita que possa passar mal.”
IVONE CLAUDIA CIMATTI – Psiquiatra
Quando isso ocorrer, o primeiro passo é manter a calma respirar fundo. Nestes casos, Ivone orienta que as pessoas que já são diagnosticadas com a síndrome do pânico, devem pensar que a crise é passageira. “Ninguém vai morrer disso e esta sensação vai passar”, explica.
Caso a pessoa nunca tenha sentido esta sensação antes, é indicado procurar o sistema de emergência, que fará os procedimentos necessários.
- TÉCNICAS PARA O MOMENTO DE CRISE
Segundo a psiquiatra, nos casos em que já foi diagnosticado o problema, é preciso praticar algumas técnicas para aprender a ‘encarar’ a situação com mais tranquilidade, sem perder o equilíbrio emocional. “Fazer respiração abdominal e respirar dentro de um saco de papel são algumas manobras que podem trazer alívio no momento da crise”, sugere. - CRISES DE PÂNICO CONTÍNUAS
Nem sempre quem já teve crises de pânico é acometido com a síndrome do pânico. De acordo com a psiquiatra, a síndrome só é diagnosticada quando o paciente tiver repetidas crises ao longo de três meses. Na maioria das vezes, o tratamento é realizado à base de medicação associado ao psicoterápico (atendimento com psiquiatra ou psicólogo). “Se a pessoa teve uma crise e não foi caracterizada síndrome do pânico, geralmente não se usa medicação”, orienta a profissional. - COMO POSSO AJUDAR?
Quem convive com pessoas que possuem a síndrome do pânico, devem aprender a lidar com a situação. Conforme a psiquiatra, é preciso compreender que isso independe da vontade da pessoa e que, em alguns casos, ela precisa de um apoio porque se sente insegura quando está só. “Aquele que está ao lado deve trazer calma e ajudá-lo a fazer o exercício respiratório”. Segundo Ivone, o paciente pode sofrer de crise de pânico, até mesmo, durante o sono. Em casos específicos, a pessoa pode ter repetidas crises ao longo do dia.