Foto: Paula Carvalho / Tudo e TodasCaipiras a postos para a festa de São João
Caipiras a postos para a festa de São João

Bruno nunca gostou de se apresentar, muito menos de fazer bigode de lápis preto, colocar roupa remendada e chapéu de palha.

– Ai, mãe, eu não quero dançar no São João.

De uns tempos para cá, porém, andou mudando de ideia. Mesmo que apenas coloque chapéu e uma camisa xadrez, vem juntando-se aos colegas para dançar a quadrilha, talvez até motivado pelo irmão, que tem adorado estar em evidência e nos divertido muito com uma performance fofa de Requebra, requebradinho. Quase profissional.

Dias antes da festa, Thomaz já treinava em casa.

– Olha, mãe, aprendi mais uma parte da música. Acho que eu vou conseguir.

– Claro que vai.

– Mas eu ainda não sei toda ela.

– Não te preocupa, filho, é só ensaiar mais um pouquinho.

E lá ia ele, dançando esse tal de Requebradinho, que demorei para entender. Quanto mais os dias passavam, mais ele se esforçava.

– Filho, a mãe está ansiosa para te ver dançando na apresentação da escola.

– Eu também estou ansioso pra “se apresentar”.

O dia chegou e preparei meus caipiras. Não tanto como eu gostaria, mas da forma que se sentiram bem. Sempre gostei da gastronomia das festas juninas, das atrações populares, da brincadeira e até mesmo de me fantasiar. Mas, neste ano, foi mesmo o Requebradinho do Thomaz que ganhou meu coração.

Bruno fez bonito e só por se fazer presente na dança já me deixou feliz. Mas foi a empolgação de Thomaz com a importância do momento que derreteu meu coração.

Viva São João! 

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