Os jornalistas Renata Agostini e Eduardo Luiz Eggers, ambos com 25 anos, embarcaram em uma jornada e tanto. Em setembro de 2015 eles partiram em direção a Dublin, na Irlanda, para estudar língua inglesa.
Novas terras, novos costumes. Um destes, é em relação a uma tradição muito especial. Na Irlanda, em anos bissextos, mulheres têm o direito de escolher, no dia 29 de fevereiro, com quem vão se casar e os homens escolhidos não podem recusar o pedido. O negócio é bem sério! Se eles recusarem, devem pagar uma ‘multa de respeito’.
Renata e Eduardo ficaram sabendo sobre a tradição ainda no Brasil, quando assistiram ao filme Casa Comigo. Na época, o casal já sabia que estaria na Irlanda justamente neste período ~ coincidência ou não. Inclusive não foram poupados das piadinhas sobre o possível pedido.
Quando o dia 29 chegou, Renata acordou se perguntando se faria isso, mas a resposta veio do coração.
Senti que não podia deixar este momento passar em branco. Era a chance que eu tinha de demonstrar ainda mais o meu amor por ele. Em nenhum momento pensei no que os outros iriam dizer sobre isso. Só pensei em nós, na nossa história e nos nossos sonhos. Quem ama não tem vergonha de dizer o que sente e, muito menos, de construir uma relação madura, respeitosa e sólida.
Sobre a reação do Eduardo… Bem, não precisará pagar multa!
“Ele pareceu não entender direito no início, quando apareci na janela do prédio segurando uma plaquinha escrito: ‘Toma café?’. Até fez sinal de positivo, achando que era brincadeira. Logo mudei de plaquinha e já sabia do que se tratava. Ele aceitou!”
E tudo isso ficou registrado para as futuras gerações da família por meio deste vídeo:
>>> DO BRASIL PARA A IRLANDA
Eduardo havia feito intercâmbio pela faculdade em 2012 para Portugal, onde morou por cinco meses. O casal já namorava na época e, claro, Renata foi visitá-lo.
“Ele voltou cheio de vontade de morar fora um dia, mas, como ainda estávamos na faculdade, fomos postergando o sonho. Eu pensava em fazer intercâmbio na adolescência, mas não tinha me preparado financeiramente. Quando estávamos finalizando a faculdade, o sonho ‘floresceu’ novamente”, relata.
Com 2015, veio a realização: Eduardo formou-se em março e Renata em agosto. A viagem foi logo no mês seguinte.
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LARGAR TUDO NãO FOI FáCIL!
Renata e Eduardo confessam que deixar o emprego não foi fácil. Ele já trabalhava em uma emissora de rádio há quase sete anos. Ela estava há quatro anos em um jornal.
Mas ambos estavam formados, com experiência e uma imensa vontade de viajar, ter novas experiências e, principalmente, ter fluência no Inglês.
Consideramos o idioma essencial na nossa profissão, relatam.
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Para manterem-se na Irlanda, eles trabalham como freelancer em uma revista escrita em português e também fazem alguns trabalhos voluntários para auxiliar pessoas em tratamento de doenças graves. Desta forma, eles cobrem os gastos básicos e podem viajar.
Renata, de Encantado, e Eduardo, de Paverama, já não moravam na casa dos pais quando foram para a Irlanda, mas é claro que tem vezes que o coração aperta de saudades da família. Ainda bem que tecnologia dá uma mão e tanto para matar parte da saudade.
E tem conselho para quem quer viajar:
Viaje! O ser humano não tem noção do poder de adaptação que possui. O que nós não podemos pensar é que morar fora é um passeio, um período de férias qualquer. Essa mudança exige tanto ou mais responsabilidades do que continuar na mesma rotina. Procurar casa, trabalho, ter dificuldade de entender o que o outro está dizendo, não gostar da comida ou achar a cultura do outro estranha é algo normal. Ninguém vai lhe pegar pela mão e fazer tudo por você. A experiência é maravilhosa, mas exige foco, paciência, otimismo e flexibilidade. Tenha uma mente aberta para as novas oportunidades. Não importa quanto tempo você fique fora ou para onde você vai, experimente. Conhecer outras culturas nunca é demais.
>>> A LENDA DO DIA 29
Acredita-se que a brincadeira começou no século 13, baseada na lenda de que Santa Brígida teria se queixado a São Patrício sobre a angústia de muitas donzelas, que ficavam esperando eternamente pelo sonhado pedido de casamento. Para resolver a questão, o padroeiro da Irlanda teria determinado que todo dia 29 de fevereiro o costume seria invertido.
