Sobre o horror de imaginar o estupro coletivo da menina de 16 anos no Rio de Janeiro

-

Essa é mais uma daquelas postagens que a gente não gostaria de escrever. Como assim ~como assim????~ cerca de 30 homens estupram uma menina e os criminosos postam o vídeo na internet?

Tudo nessa frase está errado. A violência está errada. A bestialidade desses criminosos está errada.

Que triste. Que lamentável.

Eu nem queria acreditar nisso. Antes de escrever este post, vasculhei a internet, torcendo para que não passasse de mais uma dessas histórias monstruosas ~e inverídicas~ que vemos por aí.

Infelizmente, aqui estamos nós, usando o espaço que a seção RespeitAme nos proporciona para falar, para denunciar, para mostrar a indignação e, mais do que isso, para propor o diálogo e auxiliar em uma mudança social que esperamos que um dia venha.

Se você ainda não sabe o que ocorreu, uma rápida atualização: criminosos estupraram uma adolescente, no Rio de Janeiro, e divulgaram o vídeo nas redes sociais. Segundo eles, cerca de 30 homens participaram do ato. A jovem foi resgatada, levada para casa e passou por exames de corpo delito. Alguns dos bandidos já foram identificados pela polícia.

Leia também: #EstuproNãoéCulpaDaVítima – internautas se reúnem para protestar contra a cultura do estupro

Em entrevista à rádio CBN, a avó da garota disse que ela é usuária de drogas, e que costuma desaparecer alguns dias de casa. A jovem também é mãe de um menino de três anos.

Pausa para a indignação antecipada, porque o pior é saber que deve ter ~dezenas~ de pessoas que, após saberem desse detalhe, vão dizer que a jovem ‘mereceu’, ou ‘que não prestava’, ou destinar a ela adjetivos muito piores.

Simplesmente parem. Nenhum comportamento da vítima justifica essa agressão. Se a menina usa drogas, ela precisa de tratamento, não de violência. Ela precisa de carinho, de atenção, não de brutalidade.

Felizmente, as redes sociais estão aí para levarmos adiante nosso desconsolo com casos como esse. Feministas criaram a hashtag #QueroUmDiaSemEstupro e estão discutindo o caso:

#queroumdiasemestupro 🙏🏾😔 #machismoquemata pic.twitter.com/9ZyjJ6G9RX

— Adriana Cruxen (@DriCruxen) May 26, 2016

Quero TODOS os dias sem estupro! Por ela, por todas nós!#QueroUmDiaSemEstupro

— Gabi Viero Garcia (@gvgabi) May 26, 2016

#QueroUmDiaSemEstupro eu odeio a existência dessa tag, eu daria tudo para que n houvesse necessidade de nada disso. mas há. e resistiremos.

— ♡ renata ♡ (@ItsRen_) May 26, 2016

Sonhando com o dia que os homens irão substituir o “Nem todo homem” por “Não faça isso homem!” (amigo, bro, parça…)#QueroUmDiaSemEstupro

— Daniela Bado (@DaniBado) May 26, 2016

Roupas curtas não estupram.Horários não estupram.Lugares não estupram.Bebidas não estupram.ESTUPRADORES ESTUPRAM.#QueroUmDiaSemEstupro

— Day (@daylanelc) May 26, 2016

O meu sincero desejo, é que esse tipo de caso deixe de ser notícia aqui no RespeitAme. Precisamos, como o nome da seção diz, de respeito + amor. Para homens e mulheres. Nas ruas, nas famílias, no ambiente de trabalho. Enquanto isso não ocorre, no entanto, continuamos aqui, falando, dialogando, e convidando nossos leitores e abraçarem essa causa junto com a gente.

Vamos mudar tudo isso aí juntos? é a única esperança que nos resta.

***

>> Leia também: Campanha contra a cultura do estupro ganha força e Temer anuncia departamento na PF para combater esse tipo de crime

Oferecido por Taboola

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /bitnami/wordpress/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido