No dia 24 de dezembro, à noite, é o momento de muitas famílias se reunirem à mesa para degustar as delícias de véspera de Natal. Cada família tem seus costumes, algumas optam por pratos mais simples, outros mais requintados. Porém, há aqueles pratos tradicionais, que só se encontra à disposição dos supermercados nesta época do ano.
O colunista de Gastronomia da Folha do Mate, Luciano Brito Araujo, afirma que, para uma ceia de Natal típica, não é possível fugir do garfo e faca na hora de comer. Para ele, são essenciais o peru, farofa de frutas e doces em calda. “Também não podem faltar os fios de ovos e cereja. Seja para decoração dos pratos, do peru ou para comer junto com os doces, é algo essencial”, declara. A seguir, confira algumas sugestões do cozinheiro para a preparação de alguns pratos típicos natalinos.
Peru
Uma das principais dicas para o preparo do chester ou peru é deixar descongelar naturalmente. O ideal é deixar resfriar ao natural, de 12 a 15 horas na geladeira. Durante o descongelamento, é interessante que se faça uma marinada para ser colocada na ave aos poucos, mesmo que ela já esteja temperada. “Mesmo se já estiver temperado, o ideal é fazer uma marinada para temperar, porque descongelando todo esse tempo ele perde um pouco de sabor”, explica Araujo. A mistura pode ser feita com temperos variados, cebolinha, salsa e cenoura. “É indicado deixar a ave aberta na parte do refrigerador enquanto descongela e recebe a marinada, fica suculento”. Para assar, o tempo de forno varia de quatro a cinco horas.
Panetone
Panetone é um clássico e foi criado por meio de uma ceia de Natal. Araujo explica que a ideia surgiu após uma receita de pão errada para uma ceia natalina. A receita que surgiu na Itália para substituir do pão de última hora virou um clássico. “Nós colocamos frutas cristalizadas ou chocolate, mas o tradicional panetone não é recheado. É um pão grande, bem feito”, comenta.
Bolachas de Natal
As bolachas de Natal também são itens bem característicos do período natalino. Segundo Araujo, elas têm mais uma relação familiar do que uma receita específica. “É um hábito que eu não tenho, mas acho legal quando a família se une para produzir as bolachas. Surgiu com a troca que existia entre as famílias antigamente”, lembra. Nos últimos anos, a tradição deu espaço a um viés mais comercial e muitas pessoas compram os biscoitos para presentear amigos em vez de colocar ‘a mão na massa’.
Frutas cristalizadas
As frutas cristalizadas são utilizadas na decoração e estão no arroz à grega, principalmente. O cozinheiro conta que elas surgiram porque antigamente as frutas eram guardadas cristalizadas para serem usadas na ceia de Natal. “Como na entressafra não tinha, começaram a ser cristalizadas para ter no fim do ano. Mas eram frutas grandes, que não tinha como conservar se não fosse dessa forma”, observa. Hoje, elas geram admiração pela beleza e, muitas vezes, repulsa por quem não aprecia o gosto e encontra com mais frequência nos pratos de fim de ano.