‘Ai, tatuagem é coisa de gente nova!’. A frase até pode parecer ultrapassada, mas, infelizmente, ainda é dita com frequência. Sabe aquela história de pré-conceitos? Então, essa é mais uma. 

Foto: Mônica da Cruz / Tudo & Todashdgh
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Há quem, ainda hoje, acredite que tatuagem deve ser feita apenas quando a pessoa é ~nova~, está vivendo experiências nunca antes imaginadas e se sente livre para fazer o que quiser. Quanta bobagem, minha gente!

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Tatuagem pode – e deve! – ser feita quando a pessoa quiser. Quando se sentir pronta para isso. Quando estiver certa do que deseja fazer, afinal é para o resto da vida. Ou, ainda, quando deu aquela vontade – que, sim, pode ser aparecido somente aos 40, 50, 60 anos.

E engana-se, mais uma vez, quem acredita que as pessoas que mais procuram os tatuadores são adolescentes ou jovens. Conforme o tatuador Dédé Nunhez, a faixa etária que ele mais atende em seu estúdio, são pessoas acima dos 30 anos e raramente adolescentes. 

Segundo ele, isso ocorre porque, ao chegar no estúdio e começar a conversar com o profissional, o adolescente, muitas vezes, desiste, muda de ideia, não tem mais a aprovação do responsável ou, até mesmo, vai procurar outro tatuador para fazer por um preço mais camarada.

Quem sabe de tudo isso e resolveu se jogar no mundo das tatuagens depois dos 40 anos, foi a jornalista Jaqueline Carissimi. Confira abaixo seu relato sobre a experiência:

 

No tempo em que eu era mais jovem, lá pelos anos 90, a tatuagem não era comum e havia preconceito. Ser tatuado era sinônimo de malandragem, de pessoa do mau, de bandidagem. Não fazia parte da ‘moda’ da minha turma e também a ideia não era disseminada. Nem cantores americanos de rock da época, que tinham tatuagens, motivavam. Em Venâncio então, não era comum. Bem, agora depois dos meus 40, deu vontade. De boa. Nada a ver com desejo de adolescência, pois na época não tinha vontade de fazer. Hoje sim, com um significado pessoal e de importância na minha vida, resolvi fazer e pretendo estar aos 90 anos orgulhosa de tê-la feito. Para alguns é sonho, pra mim não, bem tranquilo. Sempre achei bacana, me identifico com o movimento de liberdade, de paz e amor, de experimentar o novo. A borboleta com linhas tribais tem significados místicos e de sentimentos como marca de um novo tempo e de situações de minha vida na busca espiritual. Borboleta é metamorfose, é voar, é descobrir, é movimento.