Voo para casa e os desafios do distanciamento social

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PÉ NA ESTRADA

Por Ana Flávia Hantt*

Como mencionado neste espaço na última semana, após ficar um mês de quarentena, sem poder sair da Bélgica, voltei ao Brasil em um voo de repatriação do governo brasileiro. Tratou-se de uma megaoperação do Ministério das Relações Exteriores, que trouxe 330 brasileiros de capitais europeias como Londres, Dublin, Bruxelas, Genebra, Luxemburgo e Paris, em um voo fretado da Latam.

Saímos na sexta-feira, 17, à noite do aeroporto francês Charles de Gaulle, e no domingo, após passar uma noite em São Paulo, cheguei a Venâncio Aires. Desde então, dado a seriedade do momento em que estamos vivendo, tenho estado em isolamento total no interior do município.

Nesta jornada de volta, alguns sinais sobre os tempos sem precedentes que o segmento de viagens tem vivido. Estações de trem e aeroportos praticamente desertos na Europa. O exército fiscalizando passageiros na França. Guarulhos, o maior aeroporto do Brasil, com não mais do que vinte voos programados para um dia. Hotéis completamente às escuras na capital paulista, e vans para transfer com um único passageiro.

Soma-se ainda os desafios para evitar contaminação pelo Covid-19. Ambos os voos que peguei – Paris/São Paulo/Porto Alegre – estavam lotados. Como as companhias aéreas vão se adequar às medidas de distanciamento social, quando há tão pouca oferta de voos, e quando os custos inviabilizam o espaço extra?

No mundo, algumas empresas como a American, Delta, United, EasyJet e Qantas já anunciaram que voarão sempre com o assento do meio vago; e uma empresa de design italiana, também anunciou a criação de divisórias de vidro entre as poltronas. Possibilidades que podem ser uma solução a curto prazo, enquanto não há uma vacina ou medicamentos para combater o coronavírus.

*[email protected]

Aviação

Em março e abril, as companhias aéreas que operam rotas nacionais diminuíram em pelo menos 90% a oferta de voos, mantendo apenas a conexão entre as principais capitais brasileiras. Agora, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Ministério de Infraestrutura debatem se Gol, Latam e Azul poderiam operar em conjunto, e alocar todos os passageiros em uma única aeronave quando necessário. Uma solução boa para a economia, mas que não oferece viagens mais seguras, em termos de saúde, aos passageiros.

16 mil

É o número aproximado de brasileiros que já foram repatriados desde o início da crise causada pelo Covid-19.

    

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