Lúcia Roslaine da Silva, 51 anos, e Delso José da Rosa, 57 anos, moram desde o fim de 2001 na Avenida das Indústrias. No período, viram o asfalto da rua se estender até o entroncamento com a RSC-287, acompanharam o surgimento de empresas e o início das atividades nos campus da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul).
De acordo com o casal, o movimento aumentou – e muito – ao longo dos anos, assim como a falta de segurança para pedestres e ciclistas que trafegam pelo local e precisam dividir a pista com os veículos.
Demanda antiga dos moradores, o tão sonhado acostamento está mais perto de sair do papel. Na quarta-feira, 15, o prefeito Giovane Wickert assinou contrato com a Caixa Econômica Federal para liberação de R$ 500 mil, oriundos de emenda parlamentar do deputado Marcelo Moraes (PTB). Agora, será elaborado projeto técnico, para que, nos próximos meses, seja realizada licitação para definir a empresa que fará a obra.
CONQUISTA
Para Lúcia, que anda de bicicleta pela Avenida das Indústrias para ir até o mercado e o Centro da cidade, e também para chegar ao trabalho, durante o período da safra fumageira, a construção do acostamento será uma conquista para a comunidade. “Já fizemos abaixo-assinado e pedimos muitas vezes. Anda todo mundo no meio do asfalto, porque na beirada é cheio de mato e barro”, comenta a dona de casa.
“Passa muita gente caminhando ou de bicicleta na Avenida das Indústrias, para ir trabalhar, estudar ou ir para o Centro. Como na beirada tem só mato e barro, todo mundo anda no meio do asfalto. Já vi muitos acidentes por aqui.”
LÚCIA ROSLAINE DA SILVA – Moradora do bairro Industrial
Ela e o marido lembram de diversos acidentes que já aconteceram no trecho, quando pedestres e ciclistas foram atropelados por andar no meio da rua. De acordo com Rosa, o início da manhã, meio-dia e fim de tarde são os momentos com o maior fluxo, incluindo o tráfego de ônibus e caminhões. “Em época de aula, depois das 22h também tem muito movimento de alunos da Unisc e do IFSul. É muito perigoso”, observa.
SEGURANÇA
Para a servidora pública Danielle Schweickardt, 38 anos, investir no acostamento “é aplicar o recurso público de forma sensata, porque estamos falando de vidas humanas”. A profissional, que atua no IFSul, comenta que muitos estudantes e servidores vão até a instituição de bicicleta e dividem espaço na pista com ônibus, caminhões, carros e motos. “Com certeza, com o acostamento, o número de pessoas que vai até o campus de bicicleta vai aumentar, porque terá mais segurança”, acredita.
ENTENDA
- Os R$ 500 mil que serão utilizados no acostamento da Avenida das Indústrias seriam aplicados, inicialmente, no projeto de uma rua coberta na Osvaldo Aranha. Por conta da indefinição das obras de revitalização do Calçadão, na metade do ano passado, a Administração Municipal cadastrou o projeto do acostamento para receber o recurso da emenda parlamentar.
- O valor é pago pelo Governo Federal por meio da Caixa Econômica Federal. Por isso, o contrato assinado nesta semana, junto de outros seis – todos eles, referentes a emendas parlamentares. Ao todo, os sete contratos representam investimento de R$ 2,5 milhões para Venâncio Aires.
- Na próxima semana, a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo deve iniciar a elaboração do projeto de engenharia para o acostamento. Ele será encaminhado à Caixa Federal, para análise e ajustes necessários.
- Depois de aprovado, será aberta licitação para contratar a empresa que fará a obra.
- Por enquanto, não há definição técnica da extensão e de como será o acostamento.
- Além de ser o principal caminho que liga os bairros Industrial e Universitário à área central de Venâncio Aires, a Avenida das Industrias é utilizada como acesso a localidades como Linha Ponte Queimada e Cerro dos Bois e para quem vai ou volta da região de Porto Alegre, pela RSC-287.