Apae tem pedido de ressarcimento negado por instituição bancária

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Depois de ter cinco contas ‘limpas’ por hackers, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Venâncio Aires começou uma luta para tentar reaver os R$ 316 mil perdidos. Depois do registro de um boletim de ocorrência, representantes da entidade procuraram a sede local do banco que mantinha as contas em busca de soluções para o problema, que ocorreu no dia 29 de novembro de 2019.

Depois de aproximadamente três meses aguardando por respostas, na quinta-feira, 5, três cartas deram um retorno sobre a tentativa de ressarcimento do valor de três contas, que totalizam cerca de R$ 304 mil: indeferido. No entanto, outras duas contas, que somavam cerca de R$ 12 mil juntas, tiveram o valor ressarcido pela agência bancária no início do processo, em dezembro.

RECURSO

Com o indeferimento, o presidente da época, José Antônio Marmitt, hoje membro do conselho consultivo, destaca que será encaminhado um novo recurso para tentar reaver o valor das três contas, nas quais estavam as maiores quantias em dinheiro da entidade. “Quando recebemos essa informação via Correios, procurei o gerente geral e os demais gerentes da agência. Eles nos informaram que, embora tenha ocorrido o indeferimento, outra tentativa seria feita por eles, argumentando sobre a importância e do trabalho da Apae”, explica.

Agradecido pelo atendimento que vem recebendo junto à agência bancária, Marmitt está, mais uma vez, confiante para o ressarcimento do valor saqueado de contas que recebiam recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (fundeb) para pagamento de professores e aquisição de materiais escolares, do Sistema Único de Saúde (SUS) para o pagamento dos profissionais médicos que realizam atendimento junto à Apae e uma conta comum que continha economia de mais de 40 anos.

Agora, a entidade aguarda o trâmite dos recursos, mas caso seja indeferido mais uma vez, Marmitt fala que será tentado reaver o valor de forma judicial através da Federação das Apaes do Estado do Rio Grande do Sul (Feapaes), em Porto Alegre.

SITUAÇÃO

  1. Até o momento, o dinheiro retirado das contas da Apae não está fazendo falta para o pagamento de funcionários. Até porque, no dia em que ocorreu a ação dos hackers, os professores, funcionários e médicos haviam tido a folha de pagamento quitada.
  2. O membro do conselho consultivo explica que o valor só dificulta a realização de possíveis melhorias na entidade. No mais, tudo está sendo costurado a partir de recursos que entraram através de aluguel da Sede Social da Apae, contribuições, campanhas das Amigas da Apae, Apae Noel e outros repasses feitos por anônimos e empresas.
  3. A entidade também recebe auxílio do Lions Clube Venâncio Aires – Centro, do Banco de Alimentos e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

“Hoje, estamos nas mãos do banco.”

JOSÉ ANTÔNIO MARMITT – Ex-presidente e atual membro do conselho consultivo


Como aconteceu

• Os pagamentos aos funcionários são liberados de um computador de dentro da Apae. No dia 29 de novembro, quando foi acessado o sistema do banco para fazer a liberação, notou-se que não estava disponível a opção de ‘liberar pagamento’.

• Percebendo isso, o tesoureiro da Apae entrou em contato com a agência bancária. No entanto, a linha telefônica com a qual precisava conversar estava ocupada e lhe foi informado que a ligação seria retornada assim que possível.

• Cerca de dez minutos depois, uma pessoa dizendo-se do banco retornou a ligação, se identificando como funcionário da agência e prontamente ofereceu ajuda para solucionar o problema enfrentado. Ao explicar o passo a passo ao funcionário da Apae, a folha de pagamento e o 13° foram liberados aos funcionários.

• No momento que a folha foi liberada, a senha foi colocada e o hacker captou e levou todo o valor que sobrou da conta. O ocorrido só foi percebido no dia 2 de dezembro, quando às 14h40min, um funcionário da agência bancária entrou em contato com a associação venâncio-airense questionando sobre a movimentação na conta.

• Somente no dia 3, um boletim de ocorrência foi feito, bem como uma reunião com a administração local da agência bancária e a presença do delegado de Polícia Vinícius Lourenço de Assunção. Após isso, foi feito um relatório e encaminhado para uma instância superior, criada para investigar situações como a ocorrida com a Apae.

    

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