Bioengenharia para proteger as margens do Castelhano

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Diferentes técnicas serão utilizadas para minimizar impactos sobre as margens do arroio Castelhano. A expectativa é de que a partir de janeiro do próximo ano iniciem ações para estancar processos erosivos e o consequente aporte de sedimentos para o curso d’água. O trecho de um quilômetro a receber, uma primeira intervenção, está definido. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 4, à tarde, em evento no Parque Municipal do Chimarrão.

A medida ficará sob responsabilidade empresa Conífera – Engenharia de Meio Ambiente, que possuí matriz em Santa Cruz do Sul e filial em Venâncio Aires. O sócio-proprietário Alexandre Straatmann explicou que as matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d’água, principalmente no que diz respeito à proteção de taludes (margens).

Além disso, em muitos casos, se constituem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais, sendo, portanto, “importantes para a conservação da fauna e flora”, informou Straatmann. Ao longo de dois meses e meio, um estudo objetivou analisar as margens degradadas do arroio a partir de observações in loco e imagens feitas via drone.

Mais do que indicar o uso de técnicas de bioengenharia de solos para estabilizar os taludes degradados, foram identificados também os locais que receberão o replantio de mudas de árvores nativas, com a finalidade de melhorar a qualidade ambiental do trecho.

Em determinados locais, explicou Straatmann, puderam ser identificados pontos de intervenção, desde curtíssimo a longo prazo. Entre as propostas de bioengenharia possíveis a curtíssimo prazo, e consolidadas dentro do orçamento disponível, além do plantio de árvores, está a implantação de esteira viva para favorecer a regeneração da vegetação.

ÁRVORES
Uma das intervenções no Parque do Chimarrão será próximo à fonte de água (Foto: Cristiano Wildner)

Depois que as primeiras intervenções de proteção aos taludes estiverem consolidadas, será iniciado o processo de replantio de mais de 800 mudas nativas. Em paralelo será também favorecido o Parque Municipal do Chimarrão, que receberá o replantio de 184 mudas em três pontos.

O Parque receberá ainda 50 placas com informações sobre as espécies e também da conscientização e da estrutura que o local oferece. O investimento é de multas aplicadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) a empresas locais e que pode ser repatriado, no valor de R$ 57,3 mil.

O trabalho da empresa Conífera inicia em janeiro, mas apenas a partir de setembro de 2020 ocorrerá o replantio das mudas de árvores. A empresa também ficará responsável por acompanhar o crescimento das plantas por quatro anos.

CASTELHANO

A bacia hidrográfica do arroio Castelhano abrange 66% da área de Venâncio Aires, que tem uma superfície de 675,3 quilômetros quadrados. O arroio nasce em Linha Datas e percorre aproximadamente 100 quilômetros até desembocar no rio Taquari, em Linha Chafariz, no distrito de Mariante.

O manancial, de acordo com a Prefeitura, abastece mais de 95% da população urbana. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Clóvis Schwertner, isso representa um universo de quase 52 mil pessoas.

Estudo identificou que o arroio Castelhano tem 243 nascentes catalogadas. Dessas, 12 nascentes ficarão protegidas com obras de engenharia lideradas pelo Programa Municipal de Recuperação das Nascentes do Arroio Castelhano. O financiamento de R$ 25 mil, por parte da Corsan, está atualmente atuando na nova nascente.

LIMPEZA

Em paralelo já ocorre a limpeza do Castelhano, a partir de uma empresa terceirizada, contratada pela Prefeitura. Os trabalhos estão em andamento, mas podem durar mais dois meses. A limpeza consiste na desobstrução do leito do arroio para evitar que enchentes atinjam residências na parte baixa da cidade durante as cheias. Caso isso não seja suficiente para regular o nível do arroio, uma dragagem podem ser contratada, informam técnicos da Secretaria do Meio Ambiente.

“Pela primeira vez o Castelhano recebe uma intervenção integrada. Estamos atuando na limpeza do leito e, em paralelo, na proteção das margens, das nascentes e também resolvendo a questão do esgoto a partir da estação de tratamento que passa a funcionar aos poucos em Venâncio.”
GIOVANE WICKERT
Prefeito de Venâncio Aires
    

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